A gota d' água

Hoje é comemorado o dia da água.

Desnecesário explanar a importância do líquido mais abundante no planeta Terra. E, depois da cerveja e do suco de maracujá, é aquilo que é mais consumido em dias de jogos do Avaí.
Ora, quando dispomos água num copo é fácil perceber até onde está cheio e o momento em que está prestes a extravasar. Qualquer criança com um mínimo de coordenação motora é capaz de fazer esta singela experiência.

Põe-se um copo vazio embaixo da torneira, fica-se com ela aberta e, à medida que vamos percebendo o copo sendo preenchido até o limite de suas bordas, ato contínuo, fechamos a torneira. Ele está completamente cheio com água. É uma experiência dignificante!

Ocorre que, se perdemos o controle, uma gota a mais, algo em torno de 50 microlitros (sim, isso já foi medido!), é o suficiente para o copo extravasar, seu interior derramar pelas bordas, molharmos as mãos e, até quem sabe, os pés. E todo o experimento vai, literalmente, por água abaixo. Podemos até escorregar, correndo o risco de se perder, inclusive, a dignidade. Por isso, convencionou-se dizer que "gota d' água" é algo que delimita o nosso stress e a nossa paciência, podendo esquecermos a razão a apelarmos para a emoção.

Quarta-feira é dia do clássico mais importante no futebol de SC. Mesmo sendo praticamente de madrugada, certamente teremos um bom público, ainda que se diga, insistentemente, que os preços dos ingressos não são recomendados para hipertensos.

Pois nesse dia há uma tendência a se encher todo o copo com água fresquinha e boa e esperamos, nós avaianos, que não haja a irracional e indigna gota d' água.

A propósito seria de bom tom esclarecer que o mal estar reinante em boa parte da torcida não está em apontar a tendência desse copo cheio de água transbordar por sermos bestas ou exibidos, ou mesmo reles corneteiros. É que todos sabem, até os amáveis quero-queros, que este time sobra no campeonato. E bem jogadinho pode ser campeão estadual e fazer uma boa campanha na Copa do Brasil.

Porém, se instalou uma preguiça em tirar o copo já cheinho debaixo da torneira que ninguém entende. Acho que molhar a mão nessa hora, depois de um ano absolutamente fantástico e "sequinho", que foi 2009, seria um tiro no pé. E um pé bem molhado.