Os avisos que não são cumpridos

sábado, 29 de maio de 2010

Como um bom nativo desta ilha, tenho acompanhado com tristeza o que está acontecendo na Armação do Pântano do Sul e na Barra da Lagoa.

Isso me leva a pensar que, durante toda a História, a pobreza de caráter foi a condição normal do humano. Os progressos que permitem que isso seja superado, aqui e ali, de vez em quando, são devido ao trabalho de uma minoria exttremamente pequena, freqüentemente desprezada, que se importa com o desenvolver das gerações e gerações ao longo do tempo. São pessoas condenadas e combatidas por todas as pessoas que se dizem "pensar corretamente". E sempre que essa minúscula minoria é expulsa ou rejeitada numa sociedade, o normal é se escorregar novamente para a pobreza abjeta.

A Ciência, que se preocupa com os destinos da sociedade, com suas demandas, com suas angustias, tem dito que a invasão do homem no meio ambiente, da maneira como tem feito, será a razão de sua derrocada, de seu extermínio. A Ciência antena-se com a preservação da natureza constantemente. Porém, as pessoas que se dizem pensar corretamente chamam isso de ecologismo tacanho, caolho, produzido por pessoas chatas.

Ao constatar que cada vez mais nos encaminhamos para a pobreza, chego à conclusão de que defender isso, a postura sensata, é o mesmo que enxugar gelo. Então que convivamos com as ressacas, com os temporais, com os ciclones e com os deslizamentos de terreno. E depois não chorem.

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