O time do Sul da Ilha, aquele único representante de SC na elite do futebol brasileiro em 2011 (sim, continuaremos lá!), chamou os seus torcedores pra discutir a relação. Se torcer para um time é um ato de parceria mútua, um lado da “parceiragem” esnobou os seus torcedores. Mas percebeu que, com isso, o torcedor se afastou e entendeu que sozinho não consegue.
Ainda que não tenha admitido o erro – e o discurso da quebra das vaidades proferido pelo Nerto Machado, diretor financeiro do clube, deveria ser completo – percebe-se nas entrelinhas que a direção do Avaí reconhece seus erros e tenta diminuir a encachotada no muro. Chamou os seus torcedores de volta, admitiu que está ficando sozinho. A propósito, os próprios jogadores sentiram isso e ficaram felizes da vida pela iniciativa. Afinal, estavam cansados de jogar para os quero-queros. E olha que os quero-queros gritam mais.
Há quem diga, ainda, que a decisão já tenha vindo dos bastidores, e que nosso papel foi de atoleimados batedores de palmas. Não acredito em teorias da conspiração, embora quem esteja do outro lado do balcão sempre tenha uma cartinha na manga para eventuais insucessos. Contudo, ao demonstrar durante neste ano uma série de medidas incapacitantes, uma carta na manga tirada assim, para enganar trouxas, seria um contra-senso pelo que já vimos. Seria superestimar que não deu provas de, no mínimo, completar uma revistinha de palavras cruzadas. Sinapses e células-glia ganham Prêmios Nobel e não enxotam torcedores de um estádio. Portanto...
De tudo isso deve ficar uma lição, a de que a altura do peito para o queixo de nós mesmos deve ser a mesma de se olhar diretamente nos olhos de nosso semelhante. Sem essa de empinar o queixo. Nada de crescer os olhos e posar de madame com seu cachorrinho. A terra que um dia cobrirá o cachorrinho será aquela mesma que engolfará a madame.
Torcedores de futebol existem para sofrer e se alegrar por seus times e apoiarem seus clubes. E os times só tem valor se os estádios estiverem cheios. Nunca, jamais, em momento algum um dirigente deve desprezar isso.
2010 foi um ano que mal começou e já terminou. O de 2011 já está na pauta. A próxima validação da minha carteira de sócio dependerá muito disso, do que vier no menu da pauta.
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