A hora de soltar um palavrão

segunda-feira, 7 de março de 2011

Eu não costumo faltar com respeito público àqueles ou àquelas que estão no mesmo barco que eu. Nem mesmo se estiver sob “condições alteradas” ou se a paixão me tomar de assalto, quebrando o cabo de freio do bom senso. Não uso palavras de baixo calão contra os meus, salvo se estiverem num contexto cômico, contudo nunca para ofender. Pisar na bola, de maneira rancorosa ou revanchista, como um garoto que tem o brinquedo tomado e depois quer se vingar, não é com este escrevinhador. Embora seja duro e contundente em minhas opiniões, sou avesso à falta de decoro.


Porém, o que o Avaí Futebol Clube, o clube, tem feito para mantermos as Boas Práticas da Educação? Afinal de contas, se torço para o Avaí, não dá pra sair por aí entregando a rapadura para o inimigo. Mas, paciência e cerveja gelada são coisas que a gente faz força para preservar, mas acabam.


Do começo de 2010 até ente momento, pouco foi feito para mantermos a simpatia e o bom mocismo no Sul da Ilha. Metade mais um dos torcedores em Florianópolis, aqueles que torcem para este clube de cores azuis e brancas listradas, está com um entrave na garganta, um nó que não desata, uma vontade de, no mínimo, saltar um belo de um palavrão. Daqueles de corar freiras virgens e fazer cachorrinho de madame sair gritando. Um sonoro VÁ PRA... RIU! Assim mesmo, como o nosso amigo Rica faz. Alto e escancarado. Todavia, vamos engolindo.


Não vou elencar os problemas encontrados. É uma ladainha chata e enfadonha. Falar dos preços altos, do time ruim do ano passado, da elitização, das festas para alguns eleitos, do mercenarismo rastaquera de alguns jogadores, da cacalhada da Cidade Maravilhosa que se apoderou de nossos costumes é o que mais se ouve e o que mais nos deixa aporrinhados. Não, nada disso, estes assuntos se tornaram irritantes. Mas são as coisas que nos levaram a ver de lado, de soslaio o que o Avaí tem feito. Construiu-se um Cavalo de Tróia ali, dentro dos tijolinhos à vista pichados dos Carianos, e a qualquer momento é perceptível que os inimigos podem sair e nos tomar de assalto.

No nosso modo de ver, são situações tão fáceis e tão simples de se resolver, que a nossa reles compreensão do mundo ao redor, de “ler o mundo”, não entende como se deixou (ou deixaram) que este monstro fosse parido e engordado, o monstro da indignação, a ponto de hoje nos assustar.


Era para estarmos comemorando ao menos um empate no fim de semana, mas fazemos xixi com bilis amarela por causa do fígado que apodreceu de raiva.


Pergunto: o Avaí está na série A do campeonato nacional mais casca-grossa do mundo? Sim, está e a gente sabe como está e em que condições disputa.


As campanhas para o Avaí são difíceis? Claro que sim, está na nossa história, mas por que complicar ainda mais? Podemos perder um campeonato, mas o percamos com dignidade.


Fazer futebol é fácil? De jeito algum, pois até o Barcelona e o Manchester United têm dificuldades. Porém, algumas dificuldades dentro da Ressacada são ampliadas, são multiplicadas por dez, numa razão que desconheço, honestamente.


Que vontade de fazer difícil, ô!


Então vamos continuar nesse chororô eterno e abobado? De jeito algum, pelo menos eu não vou. Não! Chega! Basta de melindres e lágrimas de meninos efeminados e frouxos. Fora os coitadinhos! Vou exigir respeito daqui pra frente. Respeito com a nossa história. E a principal coisa que vou querer é que, definitivamente, as vaidades sejam varridas da Ressacada. É preciso que se comece do zero. É hora de olhar nos olhos, de dizer as verdades que tem que ser ditas. E ter a humildade de admitir, como homens que honram as calças que vestem, que houve erros, sim, que assim não dá, que, definitivamente, o caminho não é este. Que cada um procure a sua turma, ou que pelo menos assuma as suas responsabilidades. Porque o palavrão está na ponta da língua e estou fazendo um esforço medonho para manter a minha educação em dia. Para os meus eu não perco o decoro. Eu disse para os meus!

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