Sem pinta de campeão

domingo, 6 de março de 2011

Homenageando o Carnaval, o Avaí jogou neste sábado no melhor estilo sonolento e preguiçoso de um bom baiano: vo não, quero não, gosto não. E deixou a máscara cair.

Quem acompanha o futebol há bastante tempo vai aprendendo os caminhos da bola. Às vezes não precisa ter sido um exímio jogador para entender quais são os segredos desse esporte tão amado no mundo todo. Ou mesmo ter sido um técnico, ou cronista esportivo para fazer análises ponderadas e sem babação. Não há mistérios, basta observar um pouquinho, sem falsas medidas, para perceber quando um time de futebol está no caminho da conquista do torneio, de um campeonato, ou quando será um mero coadjuvante ou está ali só a passeio. Quem observa a realidade não se engana, não se ludibria. Não é iludido. Sendo otimista ou pessimista.

Sou um otimista além da conta, sempre fui. Mas quero deixar bem claro que não sou oportunista, de fazer uma análise baseada no momento, de me apropriar das expressões dos outros para posar de bacaninha e ser um maria-vai-com-as-outras. Já venho apontando que o Avaí não tem um time há algum tempo. Como um pai que vê o filho enveredando por um caminho equivocado, cobro postura e atitude, antes que o mal se estabeleça. Estou cobrando isso do Avaí, da instituição, não apenas do time, ou do não-time. Há muita coisa que precisa ser reavaliada. A tal vassourada precisa começar. E não estou falando tão-somente dos tais cariocas, mas de várias outras coisas. O orgasmograma não me convenceu.

Em razão disso, digo e afirmo: o Avaí deste ano não tem pinta de campeão. E se chegar a levantar o caneco, será por mero acaso, ou graças a uma reviravolta enorme e absurda dentro dos murinhos de tijolinhos à vista pichados da Ressacada.

Repito: o Avaí deste ano não tem pinta de campeão. Ele não empolga, não é manchete positiva, não é comentado pelas vitórias.

Um bom campeão não precisa de sorte, não se importa com o azar, não se deixa levar por mandingas, rezas, credos, superstições ou orações. Deixa isso pra torcida. O campeão tem que querer ser campeão. Agir como campeão. O campeão é reconhecido de imediato e é apontado na rua. Ele é campeão ao pensar que para chegar ao último desafio, aquele onde vence e leva os louros da vitória, teve que passar pelo primeiro. O campeão não joga apenas na última partida, mas começa pela primeira. É simples e óbvio, mas isso só o campeão sabe.

A faixa do campeão não lhe cai no colo. Não é feito de letras e conchavos, ou viradas de mesa. Ele tem que merecê-la, jogando. Começa na preparação, caminha pela vontade, pela disposição, na energia despendida. E se encerra na entrega, na dedicação. O campeão ganha divididas, muda jogo, altera placares inglórios, faz pulsar o coração. O campeão não é apático, ele se impõe.

Se alguém souber onde tudo isto pertence ao Avaí deste ano, então ele será o campeão. Até agora, no entanto, eu não vi. Independente do resultado final, não tenho medo de afirmar: o Avaí já é o maior fiasco deste campeonato.

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