O efeito Manzembe

domingo, 15 de maio de 2011

Li por aí gente me cobrando credibilidade. Era só o que me faltava, nessa altura do campeonato, um Zé Ruela qualquer me dar de dedo. Como diz o manezinho do pantussuli, cocoroca mal comida engasga os tansos com a espinha.


Voltando à programação normal, vou comentar algo que pode desagradar a alguns. Aliás, até a mim. Porém, como não sou pago para dizer o que penso, mas ajo de acordo com minhas convicções, falo e escrevo o que quiser.

Após a vitória avassaladora sobre o time do São Paulo, na quinta-feira, pela Copa do Brasil, a mídia de todos os lugares nos exaltou. Viramos notícia nos saites de relacionamento, nas redes sociais, na imprensa de todo o país e até na internacional. E não foi por menos. Demos de relho num time de um dos clubes mais poderosos do planeta no mundo do futebol. Ganhamos e convencemos, com os devidos parabéns a jogadores, torcida e até ao técnico, vejam só! Estamos bobos, enjoados, nojentos. Nossa vaidade subiu o Morro da Cruz e se duvidar vai subir o Cambirela. Estamos largos de alegria. Porém, é bom sentar um pouco a poeira.

Costumo lembrar que para ser grande é preciso cuidar das coisas pequenas. E o que é o pequeno? São os detalhes. Aquele negócio que a gente vê errado, mas dizemos: depois a gente arruma. E não arruma. O provisório vira definitivo e, lá na frente, nos dá um tombo.

Em relação à nossa vitória, analisando friamente, o que a mídia exaltou foi a humilhação pela qual passou o São Paulo. Na verdade, na verdade, somos o Manzembe dos paulistas. O Concórdia de nosso Estadual. Imagine, você aí, uma final entre Avaí e Imbituba e perdermos. Feio. Tomando olé. O que vamos alegar? Quanta humilhação, perder para um time bem inferior, com salários mais baixos, com... com... com... nada em relação a gente. Pois foi essa a nossa reação pela perda do tricampeonato catarinense, não foi? Os manzembes catarinas nos humilharam em alguns momentos. E por que? Pela simples razão de nos considerarmos grandes demais para este território barriga-verde, da mesma forma que um São Paulo é imenso no futebol nacional. E mundial, diga-se. E não termos cuidado como deveria de alguns detalhes, principalmente no tal planejamento. Talqualmente os saites dos torcedores paulistas estão reclamando agora.

Todavia, para ser grande não é preciso trabalhar até o suor, não é necessário fazer hora extra para arrumar a casa. Basta ter cuidados. Apenas para dar alguns exemplos, não é possível mais deixarmos por isso mesmo quando a mídia local nos satiriza, debocha, faz escárnio e não damos as devidas respostas. Nada de nota de repúdio em saite oficial, mas uma palavra dita na hora certa e no momento exato, exigindo respeito. O devido respeito.

Também não é possível mais que atendentes despreparados nos recebam, tanto nas catracas do estádio como na secretaria em dias de jogos. E principalmente em dias de grandes jogos é que vemos como isso é sofrível na Ressacada. Passou da hora de profissionalizar este setor, o de atendimento ao torcedor.

E, também, para lembrar insistentes vezes, está mais do que na hora de se resolver o problema dos ingressos na Ressacada. O amadorismo rastaqüera se apropriou desse negócio e não larga mais. Defina-se uma política de preços justa e conseqüente, de maneira profissional, entre pessoas que querem resolver e não tumultuar, e se defina de uma vez o que se quer do torcedor. Abrir a cerquinha do setor E para o setor D, depois que aquele lado estava superlotado foi uma prova inequívoca de falta de planejamento. Venderam mais ingressos do que poderia, a preço de banana, mas não lembraram que os sócios daquele setor poderiam ir ao jogo. O resultado? Quem estava lá viu.

Claro que existem outras coisas, e que são fáceis de resolver, mas que precisam de atitude de alguém para isso. O caso do Mar Quetingui avaiano, por exemplo, é uma novela mexicana das mais chatas e que já mereceu textos próprios.

Quero ver o Avaí grande, quero que se arrume a casa, que as coisas boas já construídas evoluam. Há muita coisa bem feita na estrutura administrativa do Avaí, é nossa obrigação dizer. Mas, também, tem gente trabalhando contra. O efeito-Manzembe tem que ser tirado de dentro da Ressacada.

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