Dobrei o cabo

Virei o cabo de meio século! Estou na formatação 5.0, com aros de liga leve e disco rígido ainda íntegro

O bom rapaz latino americano sem dinheiro no bolso e muita disposição se tornou um cinqüentão afim de muito ver e ouvir, e ler, e escrever. Sentir a vida com  capacidade de um adolescente e a maturidade de um quase-idoso.

Vivi, nestes longos 50 anos, catando conhecimento e semeando pedaços de minha memória. Curtindo o presente, dando asas à imaginação, mas com flexibilidade para manter o pezinho tamanho 40 no solo firme.

Segundo a Ciência, é na maturidade a partir dos 50 anos que o cérebro está em sua melhor fase. Talvez seja por isso que só bebo com amigos, pois sei escolher como passar o tempo, sem exagerar a dose e sofrer do mal do excesso

Como dizia aquela velha parlenda cantada pelo Pedro Bial, já passei muito filtro solar, o que me dá garantias para encarar as transformações do andar dos tempos.

Terapias chinesas, tailandesas, coreanas, não, nada disso, não cheguei até aqui como estagiário, mas como habitante da mais bela ilha do planeta, o que, por si só, é uma terapia cercada de terra e água por todos os lados.

Fiz amigos, senti a brisa marinha reconfortante, comi muitas tainhas, plantei árvores, estou escrevendo livros, tenho filhos e amo uma mulher magnífica. O que mais quero? 

Ah, após estes meus primeiros 50 anos viverei mais um pouquinho para ver meu Avaí campeão brasileiro. É o que me basta.