Foi o que se viu, ontem à noite na Ressacada, o jogo de alguns ídolos do futebol brasileiro. Podemos dizer para nossos netos que um dia, na Ressacada, batizamos o nosso espetacular gramado com algumas divindades do melhor futebol do mundo. Se no Adolfo Konder já jogou Pelé, na Ressacada jogou Romário, Zico, Junior, Cafu, Bebeto, Adilson Heleno, Balduino e tantos outros, todos juntos e ao mesmo tempo.
Claro que já tivemos vários craques jogando por aqui, seja em jogos pela Seleção, ou os do futebol brasileiro. Mas eram jogos com compromisso, com a necessidade da profissão, cuja passagem era vista com a rivalidade que os torneios exigem. Não os apreciávamos como se devia.
Ontem, não. Ontem foi aquilo que o brasileiro mais gosta de fazer nas horas vagas: bater uma bolinha. E com tanta classe, com tal elegância, com tamanho refinamento, coisas feitas por jovens moleques cinqüentões, de cabelos encanecidos e pernas já endurecidas. Mas que ainda sabem bater na gorduchinha. Aliás, bater, não. Não se bate em quem se ama. Tocar com habilidade e maestria e com extremo carinho a sua inseparável amiga, a bola.
A gente vê aquilo e volta no tempo, nos tempos em que éramos rapazes errantes à procura de um campinho, em muito esburacado e até meio caído numa colina, pra fazer rolar uma bola, às vezes meio vazia, gasta, com gomos soltos. Mas a nossa genialidade pueril fazia daquela bola a oficial de uma Copa do Mundo e do campo um Maracanã dos sonhos. E ensaiávamos até uma comemoração ao fazer um gol, um gesto a Pelé, ou ensandecido como um Rivelino, para uma platéia imaginária e atenta ao nosso particular espetáculo.
Confesso que rolou uma aguinha de meus olhos quando, ao me ver moleque, de calções largos e unhas soltas pelas topadas nos campos esburacados, jogava meu futebol inocente e sem compromissos, tal qual fizeram aqueles senhores craques que passaram por aqui na noite de ontem.
Vivemos uma noite de Maracanã e eu, uma noite feliz, a de apreciar o bem e velho futebol brasileiro.

Uma noite de Maracanã
3 comentários:
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Ahá, também viajassi no tempo hein, Alexandre? Dizem que não se pode comparar o futebol de hoje com o de ontem: táticas, preparo físico etc. Que nada, olhe para os gramados agora e tente apontar cinco que entrarão para a história? Humpf.
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Gerson, o mais impressionante é que Bebeto e Romário são da geração pós-1990. Daquela Copa onde se sacramentou o 4-4-2 italiano. E eles foram fantásticos no mundial dos EUA.
Acho que o grande barato está na formação dos atletas, no que eles podem fazer em função do que seu corpo permite.
O Pelé é um exemplo. Ele era um atleta e jogava futebol. Nenhum outro jogador na história desse troço de correr atrás de uma bola chegou ao que ele conseguiu. Talvez o Maradona, vai. Mas o Pelé cabeceava, coisa que o Maradona era fraco.
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Foi lindo poder ver todos aqueles craques.
Espero que se repita todos os anos.
Torci muito para que saisse um gol dos Avaianos, fica para a próxima.
Abraço