As absurdas diferenças

O time carioca com a maior torcida no mundo, o Flamengo, que recentemente foi campeão brasileiro, e pela sexta vez, possui uma dívida cavalar em se tratando de uma instituição brasileira. Embora haja divergências quanto ao valor, trata-se de um número estratosférico até para realidades européias.

Analisando o currículo do Flamengo nos últimos dez anos ele honrou um terceiro lugar em 2007, mas nos outros ele não passava da metade da tabela e chegou a brigar contra o rebaixamento insistentes vezes, prova que seu desempenho foi, para ser otimista, sofrível. Mas nunca foi rebaixado, é verdade.

Avaliando-se cruamente, pela ótica de uma empresa, em nenhum momento se vê um plano de metas, um planejamento, uma aula de administração. Nada disso! Se alguém souber, me conte. Fala-se muito em resgate de credibilidade, em trazer os velhos parceiros, em amor, em motivação pelo clube, em coisas não tangíveis, onde não há indicadores, não há acompanhamento, onde não há metas palpáveis. E, evidentemente, os resultados mostram o quanto isso inexiste no time da Gávea. O Flamengo chegou a ter o patrocínio mais poderoso do Brasil, a estatal brasileira do petróleo, cujos índices nas bolsas de valores deixam os investidores a coçarem freqüentemente seus cofres. E, no entanto, o Flamengo é uma máquina de déficit.

Todavia, possui um patrimônio invejável: a sua torcida. É sabido que de cada três brasileiros, um é flamenguista, ou simpatizante ao menos. O pessoal do Chivas Guadalajara do México anda querendo abocanhar esse título, mas é algo incontestável. Cada jogo do Flamengo gera fortunas para lá e para cá. Cotas de TV, de produtos, de capital direto ou indireto associam-se a cada evento onde está o Flamengo.

A marca do Flamengo é considerada uma das dez mais apreciadas em todo o planeta. E, todavia, vive na pindaíba. Se cada torcedor do Flamengo desse um real, um realzinho por mês para o clube, a sua dívida seria paga em poucos meses e o que restaria daí se fariam bons times para os campeonatos seguintes.

Ou seja, a torcida do Flamengo é capaz disso, de levar seu time ao Universo. É o seu patrocínio master incontestável, sem tirar e nem por.

Por isso, ao falar do Flamengo, quero enaltecer é a vida do Avaí. Claro, sou torcedor, daqueles bobões mesmo, daqueles que chora na arquibancada, que sente o coração palpitar ao ver o time entrar em campo. É fácil falar assim. Mas, quero falar mais como apreciador do futebol, como homem que estuda, que lê tudo e todos. Declaro que estamos é muito bem na foto, fale quem quiser e sintam dores os recalcados e mal amados.

Pois o Avaí está a definir o seu patrocínio master, aquele que identifica um time no campeonato, além do escudo na camisa, as suas cores e um ou outro craque que desfile pelos gramados. Esse patrocínio master é algo a ser bem analisado e não será aceito como um donativo pelos bons serviços prestados ao clube, ao contrário, o Avaí é quem definirá as bases para tal.

Um patrocinador, um mecenas dos esportes, gostaria imensamente de dispor seu nome na camisa do Flamengo. Na do Avaí, eu soube pelos backstages, eles querem que nosso clube pague para divulgá-los. E aí, meus negos, mofas! Por isso a demora e por isso toda a calma nessa hora.

Quais as diferenças entre Avaí e Flamengo? Muitas, diversas, enormes, todas em favor do Flamengo, mas nem por isso devemos ser os tansos nessa conversa de comadres.