Cabeças de camarão

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Eu ainda duvidava que houvesse insensatez no futebol brasileiro, no meio das torcidas. Claro que torcedor, na ampla maioria do casos, é movido por 99% de paixão cega e 1% de razão. Uma razão que só existe na hora de levantar o pé para tomar o ônibus. Mas a minha dúvida é motivada, simplesmente, pela constatação do mundo em que vivemos, o mundo da informação, do conhecimento. As pessoas deveriam ter se tornado mais inteligentes, mas não são.

Esperava, indubitavelmente, que no mundo moderno, a quantidade de coliformes fecais que habita as águas já não poluísse as cabeças de humanos espalhados por aí. Me enganei, daqueles enganos que me motivam, cada vez mais, à descrença na espécie dita humana.

Pois não é que os gremistas estavam incomodados, seriamente, com as nossas gozações para com o atual timinho deles. Leio na internet, em diversos lugares, e ouço até nas ruas gremistas esbravejando contra nossa suposta insolência por ter achacado, por ter acusado aquele timinho, que hoje os representa, de ruim. Ora, ora, mas, por pior que isso os incomode, é a mais pura verdade. O Grêmio que hoje os representa não é mais aquele Grêmio campeão da Libertadores, campeão mundial, por várias vezes campeão gaucho e brasileiro, cujas listras verticais azuis, pretas e brancas impunham terror num passado distante. O Grêmio que aprendemos respeitar. O Grêmio atual é um arremedo, um troço, uma coisinha inglória e sem sentido, nada comparado ao que JÁ FOI. Isso mesmo, JÁ FOI.

E eles se incomodaram com isso, com a nossa gozação, com a nossa gargalhada. Houve até, neste meio, incitações bairristas sórdidas, frases feias ditas no calor da discussão, apelos ao preconceito fascista, imposição de ordem racial e social, coisas que só uma mente cheia daquilo que o camarão tem na cabeça expressam. Nem debati com ISSO, pois numa discussão assim todos perdem. Eu perderia, por certo, o meu tempo.

Claro que tudo isso, analisado sob uma ótica freudiana, dá conta da nossa importância no cenário do futebol atual. Temos alguma coisa que engasga alguém e não apenas as espinhas dos peixes que eles vêm comer aqui.

Meu maior incômodo, contudo, não é com os torcedores abobados, estes tolos sem noção, nem foi ter perdido uma partida do campeonato brasileiro, mas ter perdido para este timinho ruim do Grêmio.

Porém, nada como a volta.

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