Dizem os teóricos da ociosidade que a vida imita a arte, ou vice-e-versa, sei lá. O fato é que vida e arte se complementam. E a arte de nossos dias de inverno morno, com ou sem tainha, é assistir ao jogos da Copa do Mundo. Um show de imagens, lances, comentários, retrospectos, entrevistas e... bobagens.
Pois eis que flagrado pelas câmeras de TV para o resto do mundo viu-se Kaká, o ex-garotinho de Cristo a desfilar pelos campos conduzindo suas crenças, a dizer um palavrão. E não foi uma m... qualquer, um "droga, errei", mas um PQP bem expressado, a boca cheia, os dentes arreganhados, quase sonoro, quase a preencher o som da TV ante o enxame de vuvuzelas.
E Kaká corou os moralistas de plantão, os censores oportunistas e até os corneteiros que não gostam da seleção e do Dunga e torcem, vejam só, para a Argentina. Já enaltecem o Maradona, como se do dia pra noite ele deixasse de ser o bufão conhecido para se tornar um expert naquele troço jogado dentro das quatro linhas. Estes mesmos desiludidos por Ganso, Ronaldinho e cia ofendem Dunga e repreendem Kaká pelo palavrão.
Mas esse palavrão não representa a admoestação que todos fazemos diante de uma coisa mal conduzida, de um erro elementar, uma topadinha. Aquela batida descuidada do martelo no dedão. Kaká quebrou paradigmas. Esse palavrão representou a mudança de atitudes do grupo do Dunga que joga com a amarelinha. Esse palavrão representa o foco traçado por estes rapazes, que é o de conquistar o título mundial.
Não se vê malabaristas ou pagodeiros ensandecidos fedendo a rum. Não estamos percebendo entrevistas à uma hora da madrugada para jornalistas-show. Não há risos e gracejos desnecessários, nem autógrafos oportunistas.
O grupo da seleção brasileira está mostrando nesta Copa do Mundo que não está ali pra brincadeiras. Não lembro de nenhuma outra Copa em que jogadores nossos tivessem levado tantos cartões amarelos e nem me recordo de olhos e expressões raivosas e furiosas em campo, como vejo neste grupo do Dunga.
Tenho plena certeza que, mesmo se forem despachados para casa na próxima sexta-feira, já terão cumprido o seu papel neste torneio. E já mostraram que futebol e arte são coisas sérias. Juntas ou separadas. Com ou sem PQPs. Porém, com vontade, força e muita determinação.
Que sirva de exemplo para quem quiser copiar.
Simplesmente AVAIANA
Há 4 horas
Quanta falta de conteúdo! O palavrão proferido pelo Kaká não tem nada a ver com a determinação do time. Relacioná-los é pior do que ter proferido algum!!!! Com tantas qualidades, não pode um palavrão expressar a grandiosidade de um jogador como o Kaká.