O boca alugada voltou.

O colonista*-mor da rede gaúcha de entretenimentos, aquela que também faz bicos de jornalismos, lançou uma campanha, semana passada, contra os bocas alugadas, aquelas pessoas que falam pela boca dos outros. Queria ele dizer que muita gente é irresponsável e, falando coisas pelos outros, deveria ser pegada pela Justiça.

Ora, o colonista*-mor dá de dedo, quer impor respeito, assume uma conduta de virgem vestal, mas não se dá, ele mesmo, ao respeito. Quer enganar a quem, pastel?

Pois o colonista*-mor agora quer tentar salvar a auto-estima do time rebaixado, adotando uma postura de bagre ensaboado, pedindo que não se bata tanto naqueles incompetentes, pois, afinal, merecem mais respeito.

Quer dizer, então, que no Avaí é permitido bater, xingar, humilhar, fazer troça, escrachar, denegrir, enxovalhar. Ele mesmo já foi um paladino da pancadaria midiática conta nosso clube, adotando todos estes argumentos. Ele mesmo se negou a vestir nossa camisa em público para não ofender os “outros”, mas não se furta a babar-lhes os cascos e lamber-lhes as botas. Ele mesmo pedia a cabeça daqueles que hoje o presenteiam com camisas autografadas, ou parabenizando-o pelas efemérides. Ele mesmo arrota sua insensatez quando freqüenta as dependências da Ressacada. Nunca teve um mínimo de respeito pelo Avaí e agora pede respeito às caricaturas de dirigentes de futebol. Quem és tu, o boca alugada, a dizer vilanias contra a gente avaiana, posando de bom moço e satisfazendo a propaganda ensebada daqueles?

Os avaianos, é bom que seja bem ouvido, lido e entendido, não precisam de bocas alugadas a motivar-lhes a conduta e a auto-estima. O avaiano é bravo e forte por natureza e aprendeu, com as dificuldades, a conquistar o seu espaço. E nunca precisou de presepeiros ensebados a garantir seu lugar na mídia.

* Colonista é aquela pessoa que emite uma opinião colonizada por terceiros.