Já dizia o grande Paulo Freire que pensar o mundo é julgá-lo.
Não é outra a atitude do avaiano, nessa reestréia do Brasileirão, que um julgamento das coisas que vão nos acontecendo. Não quero mais repetir as mesmas e enfadonhas ladainhas, aquelas que nos levaram aos dissabores deste ano, as que nos fizeram beiços e muxoxos, mas vou guardá-las aqui, no cantinho da gaveta. Embora sejam cruéis com o torcedor, elas são preciosas.
Mas o que quero falar é sobre a expectativa positiva que acabou sendo criada nessa reestréia. Até então vínhamos ressabiados, desconfiados, o olhar de esguelha assumido como o sofrimento dos mal-amados. Logo antes da saída para a Copa estávamos despencando na tabela. E as atitudes tomadas não eram nada promissoras.
Saiu Chamusca e parece que exorcisamos um diabo. Ainda que não fosse nosso principal problema, e nem via assim tantos problemas de ordem técnica no time também, a presença do nobre e bom baiano era um peixe mal comido. Até que era bom, mas um espinha, uma escaminha daquelas "agarrentas" insistia em não descer.
Um Delegado resolveu fazer o povo trabalhar no majestoso estádio dos Carianos e já enquadrou todo mundo. Deu voz de prisão para a preguiça, lavrou BO para os chinelinhos e montou uma força-tarefa para os esquemas táticos e armações do time. A imagem que se forma é que "agora, vai", mas como sou inimigo do óbvio, arredio aquele lugar-comum de que basta trocar de técnico e fazer o time correr que as coisas andam, me reservo a esperar, antes de aplaudir.
Eu julgo o mundo pelo que vejo, como Paulo Freire, e sempre entendi que o Avaí se supera, na garra e na raça, quando as crises se aproximam, ou quando já estão bem instaladas. Portanto, nossa jabulani ainda vai ser bem esticada até darmos um das tradicionais viradas que o Leão da Ilha costuma fazer. Mas, até lá, caldo de galinha não faz mal nenhum.
Bom dia, Azurras - nº 5.285
Há 6 horas
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