Os clãs de Santa Catarina - de que família tu és?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Santa Catarina é um Estado da Federação peculiar. Durante muitos anos é comandado por clãs, por grupos familiares que nos impõem preferências, desde o que comer até a maneira de se vestir, passando pelo que falar, em quem votar, como se comportar, o que ler, ouvir e aprender. Eu poderia fazer um arrazoado antropológico, discutindo a relação entre a existência de clãs e a importância de uma região.

Surgem na mente duas imagens: o clã dos McCloud, do famoso filme Highlander, insinuando que uma coisa desse tipo é imortal, e os clãs tribais do Oriente Médio, onde uma cusparada de um palestino fora do penico dá direito a um massacre israelense no outro lado. Ou seja, essa história de grandes famílias reunidas para definir alguma coisa que preste, na ampla e imensa maioria das vezes dá sempre em mer...cadoria.

Isso é tão evidente, que é comum irmos a algum lugar, onde há uma aglomeração de pessoas, e sempre surgir a pergunta: “tu és filho de quem?” Se pertenceres a qualquer grupo familiar destes ditos importantes, serás bem tratado. Se não, és colocado num canto, que é pra não dar vexame.

Lembremos dos Ramos, dos Bornhausen, dos Hoepcke, dos Amin, agora dos Sirotsky, ou seja, grupos familiares que decidiram o que tu farás agora, nesse instante. Lembre que não podes dizer o que tu pensas, sob pena de parecer um inconseqüente.

Tenho em minha mente os protestos que fizemos na Novembrada, em 1979. Era contra o regime militar, é verdade, mas também contra essa prepotência oligárquica que se perpetuou na sociedade catarinense durante anos. Não podemos esquecer que o Avaí foi, durante muito tempo, comandado por gente dessa estirpe. O nome oficial do nosso estádio é um exemplo disso.

E os clãs avançaram, tomaram conta como um câncer mal curado e estão ainda por aí, dizendo e fazendo das suas. Um destes execráveis exemplos vem agora de outro suposto clã, o dos Peixoto, mais precisamente, dos Peixoto da Federação Catarinense de Futebol.

A nota veiculada na mídia, por parte da assessoria jurídica da FCF, sobre o quase-massacre imposto ao jornalista Rodrigo Santos, de Brusque, é de rir pelo texto infeliz e insignificante, mas de chorar pela desfaçatez.

Justiça na terra dos clãs? Isso non eqziste!

Texto publicado no Portal Avaímania.

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