Discutindo a relação

A "volta atrás" proposta pelo Avaí em sua nota oficial revela o óbvio: houve um erro nisso tudo. É sinal de grandeza reconhecer um erro, é nobre, é digno, mas é complicado.

Eu não queria ter razão nas constatações que faço do Avaí. Eu, como torcedor, queria estar errado. Não me sinto à vontade dizendo "poxa, eu tinha razão nisso aí", pois revela que quem está à frente, no comando, decidindo as coisas do meu Avaí, parece ser incompetente.

Eu imagino que quem comanda o Avaí Futebol Clube, clube de 86 anos, de tradições para lá de constatadas, time que disputa uma série A de campeonato nacional, com nomes e glórias marcados na história do futebol, mais vezes campeão de Santa Catarina (ainda que os brocolenses não admitiam), não poderia cometer as grotescas confusões que tem acontecido neste ano de 2010. Mas tem cometido.

O Avaí, na figura de sua diretoria, neste ano, tem feito coisas infantis e levianas na sua relação com o torcedor, tem dado margem a se bater em sua face. E não digo isso com aquele sorrisinho amarelo no canto da boca, não, típico dos corneteiros oportunistas e modinhas de ocasião. Percebo isso com uma tristeza muito grande, um sangramento em meu coração avaiano, que freqüento a Ressacada como minha segunda casa.

Conheço, de perto, o amor que o presidente do Avaí tem pelo nosso clube. Duvido de alguém mais avaiano do que ele. Podem existir iguais. Mais, eu não acredito. Digo isso por conhecer de perto a sua luta por um Avaí gigante. Porém, por uma daquelas coisas da vida que a gente não consegue compreender, pauta de bobagens e bazófias que voltam a surgir em face aos ocorridos, a gestão que ele encabeça neste ano está complicada, do ponto de vista da relação com o torcedor.

O torcedor avaiano quer estar na Ressacada. O torcedor avaiano quer acompanhar o seu time onde ele estiver. O torcedor avaiano já deu provas mais do que suficientes de que se mantém fiel ao seu clube mais querido. Mas ele está exausto e esgotado frentre às traições que vem recebendo neste ano.

Quero crer que as medidas tomadas na nota oficial sejam um alento para que voltemos ao nosso cantinho gostoso, ao nosso reduto inexpugnável, e que possamos tornar o nosso calderão no verdadeiro lugar de onde os avaianos nunca poderiam se afastar.

A Ressacada é da torcida do Leão. Preservem isso, antes que seja tarde!