É só o amor

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tenho a sensação que a torcida avaiana lotará a Ressacada no domingo, tal a intesidade de manifestações favoráveis ao saldão proposto pela diretoria do Avaí. Diria que é um amor encalhado, prestes a desaguar.

Penso que tudo isso que anda acontecendo, essa mobilização da torcida para o jogo de domingo, se resume em apenas uma palavra: Credibilidade.

A credibilidade também pode ser construida a partir de uma mentira – tu não sabias? – e, indo um pouco mais além, na medida que essa mentira trabalha com a satisfação do “ego das massas”, ela se torna verdade muito mais rapidamente. A gente pode dizer que damos um crédito de confiança, sem muito nos aprofundarmos nos quesitos. “Eles fizeram e estão fazendo muito pelo Avaí”, dir-se-á. “Um deslize é aceitável!”, argumentam outros. “vai, no fundo, no fundo, a gente tem mesmo que apoiar”, sacramentam mais alguns.

Mas há algo bem maior atrás disso e não é um elefante sem calça correndo ao teu encontro. É algo chamado estratégia.

Claro que nem de longe penso que estamos sendo tratados por idiotas. Eu não me sinto idiota. Todavia, é a velha e infalível fórmula da acomodação de camadas, uma ajeitadinha aqui, outra ali. Os devidos cuidados com seus respectivos cargos, ainda mais agora que estamos ficando importantes demais. Houve uma iniciativa de pressão, um dedo em riste. Entenda, quem quiser, o que isso significa.

Ninguém, em sã consciência, pediu a cabeça do presidente, por exemplo, nesse período de beicinhos e muxoxos. Bom, ninguém, não. Há os que pedem sempre, mas são aqueles eternos fracassados, cujo lugar ao sol foi tirado por um pouco mais de competência. Diria que isso se chama recalque, mas não vou tratar de derrotados. Entretanto, todavia, contudo, é preciso se precaver. Alguém percebeu que o caminhão poderia perder o freio e tratou de fazer uma manutenção corretiva do troço todo.

Ora, torcedores em todos os níveis sócio-culturais e intelectuais existentes no mundo querem o bem de seu clube, e do time que o representa. Aqueles que torcem contra, com toda a certeza, a mesma certeza do sol saindo todas as manhãs, têm interesses. E interesses sérios. Pois mesmo aqueles cuja bipolaridade é extrema, quando vaiam pênalti mal batido, picham muros e xingam jogadores, logo em seguida choram copiosamente como bebê recém-nascido quando o time faz um gol. E se for um gol de placa, numa partida encardida, num jogo dramático, pode chamar o SAMU. Ou seja, o fanatismo do torcedor, em qualquer instância, é medido pela sua capacidade de se deixar emocionar, para lá e para cá. Ele não tem limites, ele não aceita limites.

Por isso é que se criticou a imposição de valores na estratégia de preços neste ano na Ressacada. Foi por ter sido elaborado por quem não entende de torcedor que a coisa chegou aonde chegou. Vou mais longe: por quem não entende de futebol. E estabeleceu limites. Limitou o teu amor.

Experimente ouvir a narração de um gol de placa do seu time, aquele golaço, tendo a torcida vibrando ao fundo e o hino sendo tocado bem mansinho. Duvido e dou o meu salário de um ano se não corre uma aguinha no canto do teu olho. Tu não dispensas limites para isso.

É disso que a gente fala na questão do relacionamento, da conquista do fanatismo – do bom fanatismo – do torcedor, por parte de uma diretoria de futebol.

A torcida do Avaí tem plena confiança na diretoria de seu clube. Basta, apenas, esta diretoria sintonizar esse canal. O torcedor a levará no colo se ela o tratar bem, mas execrará toda e qualquer medida paliativa e insonsa, que vise, apenas e somente, tirar uns caraminguás de teu bolso. Amor não se compra.

1 comentários:

  1. NOBRE AZURRA disse...:

    Não creio que lotará, mas que teremos a volta de muitos torcedores.
    Vi o amigo dar um monte de voltas pra dizer que esse ano a nossa diretoria cansou de peidar na farofa, estão tentando consertar, infelizmente levaram oito meses pra perceber que com os preços absurdos só conseguiram foi abalar a relação e afastar o seu torcedor.

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