A fórmula do fracasso

domingo, 25 de julho de 2010

Não sou de levantar hipóteses especulativas. Minha vida envolvida com a Ciência talhou meu raciocínio e sou refratário, inteiramente, ao senso comum. E aprendi a ter critérios, com observação, análise crítica e conclusões. Por isso, não dou palpites. Expresso o que observo.

Falando especificamente do mundo avaiano, dentre minhas observações, percebo claramente que estamos no caminho do fracasso. Porque chego a estas conclusões, se em dois anos de Série A do campeonato mais disputado do mundo, fazemos um bom papel, sendo o que somos e nas condições em que nos mantemos?

Ora, a resposta é simples. Estamos copiando o papel desempenhado pelos do lado de lá, tali e quali.

Isso será agora? Na próxima semana? No ano que vem? Não, mas também não demora muito.

Esquecemos das nossas sandalinhas da humildade desde quando disputávamos a Série B. Naquela época, fazíamos força para pôr gente na Ressacada e um dia todo mundo disse que, ao subir para a elite, o estádio sempre estaria cheio. Comemorávamos empates como se fosse a maior goleada do planeta. O meio a zero era a nossa glória. Diretores viviam enaltecendo a participação do torcedor. A famosa frase: "o nosso maior patrimônio é a torcida", virou placa de para-choque de caminhão.

Mas, o que vemos nestes tempos na série A? O que mudou? A diretoria elitizando o clube, os assessores de imprensa liberando informações "sigilosas" para os amigos na mídia, os conchavos com a rede gaucha de entretenimentos (antes era o café com brócolis, agora é a bolachinha com pepsi), o Departamento de Mar Quetingui criando uniformes de gosto duvidoso e a torcida achando que somos o Real Madrid dos Carianos. Tem gente que vaia o time depois de jogar um jogo encardido contra um dos grandes do Brasileirão, só por que empatamos. É ser muito nó cego quem faz isso.

Estas são todas as situações apresentadas para seguirmos, com galhardia, o que se passou por lá. E para onde foram parar.

Só falta agora algum abobado fazer os jogadores vestirem bady-doll cor de rosa. Aí pode fechar o caixão.

7 comentários:

  1. Eve disse...:

    Alexandre, repito o comentário feito em outro blog, talvez vc possa me dar uma resposta ao que penso. Sou uma negação em marketing, perto do que vcs sabem. Mas uma coisa estou certa, não gosto de ser feita de boba. Essa questão de 1 ano na geladeira, teria que ser melhor avaliada sobre outro prisma: daquele torcedor, como eu e muitos outros, que não abandonam o time quando ele está mal, quando tem copa do mundo, quando é dezembro, janeiro e fevereiro, quando é início de estadual. Se é assim, também quero deixar de pagar as mensalidades nestes meses e voltar a hora que eu bem entender, só nos bons momentos. Desculpe, mas eu que fico pagando o ano todo, vou ser o sócio otário. Sou de acordo que alguma penalidade deve haver para quem vai e volta o tempo todo. Agora, cada caso deve ser analisado. Se algum sócio vai fazer um intercambio, ou um curso pelo trabalho, ou por motivo de saúde, mas abandonar por abandonar...
    Quero deixar registrado que não sou da diretoria e não conheço ninguém lá dentro, mas vejo também em algumas atitudes, uma tentavia de se fazer respeitar. Se fosse ao contrário, se o sócio desistisse e voltasse a hora que bem entendesse, garanto que teria muita gente dizendo que nosso clube não se dá o devido valor, que todo mundo faz o que bem entende e por aí vai. Nunca vamos conseguir agradar a todos. Quanto a questão dos ingressos, gostaria de saber o que vc pensa quanto a valores coerentes. Se o ingresso for 15, 20 reais, o nosso estádio estaria lotado??? Acho que não. O torcedor só que ir na boa, em jogos onde tem Flamengo, Corinthians. Porque se ele for a todos os jogos, mesmo assim fica mais barato se associar. Se você é daqui, vai lembrar bem que o Clube Doze faliu, quando cobrava pelos shows que trazia um valor irrisório para quem não era sócio. Nós que pagávamos naquela época quase 80 reais por mes, começamos a nos sentir fazendo papel de bobos, pois mantinhamos o clube e nas horas boas, aqueles que não contribuiam com o clube eram beneficiados. Sinceramente, ainda não encontrei a fórmula mágica e acho que a diretoria também não. Daí fica esse impasse.

  1. Querida Even, a tua preocupação é a mesma que a minha.

    Eu penso assim: quem tu gostarias que sempre estivesse na tua casa? Ora, aqueles pessoas que gostam de ti, as pessoas que se relacionam bem contigo. E o que o Avaí, ou melhor, a nossa diretoria faz? Espanta quem gosta do Avaí. É simples assim.

    O dono da casa deve te receber bem, chamar os teus filhos, o teu companheiro, as pessoas que se relacionam bem contigo. Assim tu voltas e traz mais gente para te acompanhar. Então, nesse momento, tu explicas que dinheiro não dá em árvore, não nasce na grama ali fora, e que se faça uma "vaquinha", uma cotação de despesas, para que todos se sintam bem.

    Pergunto: é assim na Ressacada?

  1. Unknown disse...:

    Tens razão, Alexandre!
    E a dona Eve, de bom senso, também tem suas razões.
    Só quero discordar na questão das vaias: no meu setor elas começaram e foram abafadas por aplausos.
    Será que tu queres virar um novo Rogério?
    Carlos Eduardo

  1. Carlos Eduardo, eu respondo por mim. E te afirmo que ontem não era jogo pra vaias. Concordas comigo?

  1. Unknown disse...:

    Alexandre!
    Concordo.
    Mas volto a falar: no meu setor as vais foram abafadas pelos aplausos e cessaram.
    Desculpes a comparação.
    Não te vejo como um que que viva jogando confetes.
    Carlos Eduardo

  1. Que espetáculo de texto!
    Deveria ser enviado para toda a diretoria do Avaí, principalmente para esses "competentes" moços e moças do Mar Queting...
    Saudações AvAiAnAs!
    André Tarnowsky Filho

  1. Eduardo Santos disse...:

    Muito bom post.
    O pior de tudo é que o nosso torcedor não é tolo, quero ver "reconquistar" estes que por culpa desta cambada de mar queteiros de meia tigela evadiram-se da ressacada.

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