Tem que ser duro, mas sem nunca esquecer o carinho

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Esta frase aí do título foi usada por um cabra macho que deu de dedo nos imperialistas, lá nos idos das décadas de 1950-60, e que mudou a face da América nessa época. Che Guevara queria povos irmanados em torno de um bem comum, mas caia na jugular de quem fazia o povo sofrer e corria de cinta com os opressores - os cuidados com quem amamos e a dureza com quem sai fora da linha.

Guardadas as proporções políticas inerentes, é claro, a propósito, é o que nós, pais, fazemos sem nos darmos conta, quando um filho resolve querer ser mais realista do que o rei. É o que fazem maridos e mulheres, uns com os outros, quando um deles sai da linha. É a atitude de bons amigos, quando um deles quer se encaminhar para ao lado negro da força e se estabacar lá na frente. Pois é, também, o cuidado que muito de nós, torcedores avaianos, estamos tendo com o nosso Avaí.

Pode parecer estranho para alguns que, após uma série absurdamente maravilhosa nas últimas semanas, em que o time joga em campo partidas fantásticas e assombrosas, onde sonhos estão se tornando realidade, situação de momentos que ficarão para sempre gravados em nossas retinas e em nossos corações, venhamos dar de dedo pela organização deficiente e primária que vem ocorrendo em nosso clube. No extra-campo, é bom que se diga.

Mas é exatamente o que fazemos. O que eu quero fazer.

Muita gente já me chamou de chapa branca e puxa saco do Dr. Zunino. E sou, mesmo. E ai de quem falar mal dele na minha frente. Sou um zuninista de mão cheia, não tenho vergonha de dizer isso.

Mas, exatamente por ter sempre apoiado a sua gestão e ter acompanhado o seu trabalho árduo, de ter visto de perto o que ele passou, é que me indisponho contra o amadorismo tacanho que está encravado em alguns departamentos do nosso clube, especialmente o do atendimento ao torcedor.

As diversas reclamações por causa do jogo contra o Corinthians, que impediram até que pais pudessem assistir aos jogos com seus filhos, refletem uma falta de cuidado com detalhes, mínimos, mas substanciais nesse aspecto. Não me interessa se estes eram torcedores de ocasião, mas me dá uma sensação de intraquilidade quando selecionamos quem deve e quem não deve entrar no estádio. Se já nos tornamos um time soberbo dentro de campo, lá fora temos que ser impecáveis, do contrário, nada disso vale.

O carinho e a ternura que tenho pelo Avaí é muito maior que os dissabores, mas há um momento no qual temos que pegar a nossa paixão pela mão e trazê-la de volta.

Como dizia o próprio Che: "que nossos atos de bravura sirvam de exemplos por uma grande mobilização". E que ao final sejamos todos fortes, torcida, time e clube.

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