Toda vitória é efusiante, assim como toda derrota é preocupante. O que difere sãs os momentos em que cada uma delas ocorre.
Na disputa de um campeonato de pontos corridos a proporção de derrotas acaba sendo levada em conta de acordo com os objetivos de um clube naquela competição. Se perder muito, e quer ser campeão, não chega. Se perder muito, mas se mantém em boa colocação, ao final beliscará algo importante.
Não existe, por isso, time mal feito ou time bem montado, mas há as diversas condições em cada partida e em cada rodada. São conhecidos, ao longo da história do futebol, times que ganharam campeonatos jogando um futebol sofrível, mas eficiente, e outros que davam verdadeiros espetáculos, mas sem objetividade e não chegaram a lugar algum. A velha máxima de que o futebol pune, também pode se estender a “o futebol premia”, sem que isso seja uma regra absoluta, diga-se.
Exponho tudo isso em função das famosas críticas de presunção, que analisam um ponto e dali antevêem uma frase. Elas, estas críticas, refletem os humores hepáticos do incauto, do apressado, antes de usar os atributos existentes naquela gelatina que existe dentro de sua caixa craniana. Qualquer um pode. Meu amigo Gerson diz que não se pode exigir muito de um torcedor de arquibancada, mas se este torcedor não rasga dinheiro, ele também pode usar o cérebro.
A crítica de presunção funciona mais ou menos assim:
“Amarelo é uma cor;
Japones é amarelo;
Logo, japones é uma cor.”
E o pior é que o presunçoso acredita piamente nisso, a ponto de vociferar impropérios quando alguém lhe questiona. Ou então fica bicudo e apaga o endereço do teu blog do seu sidebar. Tolo, não sabe brincar, não brinca.
É certo que tal crítica, por sinal, pode ser extensiva aos diversos setores da vida. No âmbito do futebol, ainda, há a marcação cerrada, que nem sempre é aquela feita apenas pelos zagueiros. O sujeito, quando não gosta de um dirigente, de um jogador, de um técnico, vive a toda hora levantando presunções, na maioria das vezes, com a bile escorrendo pelos cantos da boca. Normalmente, quando vê possibilidades de alguém chegar a um bom patamar de confiança dentro de um clube, ele imagina que ali “tem coisa”, que “alguém está ganhando dinheiro fácil”, ou que “não existe ninguém honesto no futebol”. E quando vê uma derrota, ele junta todas as coisas e decreta que existe um estado de total e plena incompetência no time que representa o clube. E haja assassinatos de reputação! Aliás, Marcelo do Pitacos, meu velho, fale o que tem para falar e sustente os teus argumentos, mas não se desculpe, camarada, pois todos estamos aqui para dar opinião, e não para agradar a terceiros.
A propósito, esse comportamento da crítica de presunção, é muito usado pela mídia. É lema aplicado pelo chamado jornalismo de esgoto, aquele que usa de má-fé. Também conhecido como jornalismo cloaca, ou imprensa “marronsista”, a mesma do Odorico Paraguassu. Funciona assim:
“Se for impossível mentir, omita a verdade na manchete e mostre-a só no corpo da matéria. O efeito é quase o mesmo, pois grande parte do público, apesar de só ler a manchete, sai contando por ti a mentira que querias contar”. E o incauto presunçoso, norteado por isso, sem saber, repete a lógica.
Dessa forma, conclui-se duas coisas disso tudo que foi escrito:
1ª. Ao olhar a paisagem, verifique também as árvores;
2ª. Antes de sair de casa, aplique filtro solar. E também use filtro no cérebro. Não dói, não causa sequelas e te previne de dizer bobagens.
Por sinal, não usei o meu hoje.
Caro Alexandre, o exercício da crítica, com efeito, é realmente difícil. Para ambos. Ainda mais em tempos de internet, quando cada um lê da forma que lhe parece.
Após mais uma derrota, meu post de hoje foi de otimismo, de esperança, de motivação, porque vi um time com vontade e que perdeu, injustamente, porque era um resultado possível.
Também não gosto da crítica pela crítica. Não leva a nada. Acho que podemos sempre propor melhorias.
O espírito do Pitaco Azul é de brincadeira. O dia que a gente perder a alegria de escrever voltamos aos nossos afazeres diários.
Todos somos sócios apaixonados pelo Avaí, o que não nos impede de emitir nossas opiniões.
Registro, ainda, que não tenho absolutamente nada de pessoal contra qualquer dirigente ou filho de dirigente do Avaí. Espero que não seja este a interpretação que tenha sido dada. Questiono, apenas, a empresa montada gerir carreiras, mas isso deixa para o tempo dizer.
Por fim, creio que a tolerância é que faz os homens viverem unidos como Irmãos.
Fraternal abraço, Marcelo