Silas nunca mais

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Percebe-se um sentimento de volta Silas na Ressacada. Eu vou ser curto e grosso: não quero esse cidadão em nossos domínios, como parte da estrutura do Avaí. Brincadeira tem hora. Ainda que NUNCA seja discutível, é nunca mesmo.

Silas foi um dos técnicos mais vitoriosos da história do Leão da Ilha, em todos os tempos. Obteve, junto com os jogadores e com apoio da diretoria, feitos memoráveis, que estão impregnados em nossas retinas, e nos fazem lembrar de momentos mágicos vividos em sua passagem por aqui. Silas fez sonhos se tornarem realidade, manteve um diálogo sempre aberto com a torcida, bateu de frente com um de nossos maiores calos, a mídia da Capital, e mostrou para o time do outro lado das pontes quem manda em nosso futebol. Fez tudo, fez até fazer chover. Todos já sabem! Este Silas ninguém esquece.

Mas o mundo da jabulani não permite manutenção de caracteres por muito tempo, no caso de quem não tem. E este Silas, o homem do bonequinho, mostrou que tinha duas caras. Ou melhor, não tinha cara alguma.

Picado pela mosca azul dos negócios, Silas teve que sair do Avaí, pois seus interesses já entravam em conflito com os do clube. E os interesses do clube, na minha avaliação, devem ser preservados. Que me desculpem os incautos, mas eu sou primeiro o Avaí, independente do que seja. Eu defendo as cores do meu clube, salvo se alguma coisa muito fora da ética for mantida, o que não era o caso.

E Silas saiu. Pela porta da frente. Numa despedida como poucas houve na história do futebol mundial. Abraçou a todos os torcedores dando aquela emocionante volta olímpica. E foi abraçado, em retribuição, pela gente avaiana. Sucesso! Sejas feliz! Tenha sorte!, eram algumas das palavras proferidas por esse torcedor apaixonado que é o avaiano. Torcedor amigo, bonachão, fiel, que sabe reverenciar a quem merece. Criou-se uma necessidade de perpetuar sua passagem pelo Avaí. Surgiram faixas, bonequinhos, camisetas, tudo para manter na memória e em nossos corações a presença do grande comandante. Silas já era um avaiano, pô!

Até que um belo dia, tomado pelas incongruências do futebol, e demonstrando a sua virgindade como treinador, resolveu comparar paixões entre o Avaí que o idolatrava e o time que o odiava. Silas preferiu os negócios ao caráter. Silas decretou o seu divórcio com a Ressacada de forma litigiosa. E depois foi uma sucessão de malandragens e trairagens, todas dignas de alguém não confiável. Um mau perdedor.

Nenhum torcedor avaiano, por mais bobo que seja, se incomodava pelo fato de Silas ir treinar outro clube. É do futebol. Mas nenhum humano, por mais tolo que seja, suporta ser tripudiado. Sem essa de que o tempo é o senhor da razão. Não faço nenhuma birra adolescente, mas um pouco de amor próprio e auto-estima é bom pra mantermos a dignidade, se é o que nos resta nessa fase escura pela qual passamos. Silas está sendo cogitado pra tirar o time da lama. Sei até que já houve telefonemas para ele. Alguns torcedores parecem desesperados por aventar a hipótese. Pois, se tivermos forças, quero sair com as próprias mãos.

A nossa fase é ruim. Terrível! Não vejo como poderemos sair disso. Já estou tentado a jogar a toalha. Mas, se resta alguma coisa, que a façamos direito, se ainda não foi feito. Porém, um pingo de honra deve nos sobrar de toda essa pantomima. Se trouxermos Silas, aí, sim, nossa dignidade é que será jogada na lata do lixo e não mereceremos outro fim, que não seja a derrota. Não a do campo, mas a da conduta moral. Vamos lutar assim mesmo, até o fim, como que temos.

Mas Silas, aqui, nunca mais!

2 comentários:

  1. Concordo com o amigo.
    Seria um retrocesso...
    Por que não Joceli dos Santos?
    Tem experiência, foi boleiro, é nativo, é avaiano...
    No Catarinense nos deu um sufoco na Ressacada, com o modesto Imbituba: 4 a 2 para o Avaí, mas, empatou o jogo quando estava 2 a 0.
    Em Imbituba, venceu por 1 a 0.
    Pela Copa SC, foi campeão com o Brusque. Contra o Avaí, perdeu na Ressacada, 2 a 1, mas sapecou um 3 a 0 no Augusto Bauer.
    O problema é que querem alguém com "grife"...
    Saudações AvAiAnAs!
    André Tarnowsky Filho

  1. Roberto disse...:

    Grande comentário, meu caro!

    Que suas palavras ecoem em todos os degraus e curvas da nossa Ressacada!!!

    Silas, nunca mais!!!!

    Que nos ergamos com o suor digno de nossa luta e amor verdadeiro às nossas cores e tradições.

    Silas terá que remar, rumar, ruminar e roer todo o seu descaráter se quiser ter a honra de novamente voltar ao local que o projetou.

    Saudações Azurras.

    PS: ...Joceli, menos (ou mais) né, André?!

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