Estou há quilômetros de distância de ser um pessimista. Quiçá um corneteiro. Não é de minha índole, nem com coisas triviais, do dia a dia. Muito menos com o Avaí, uma paixão que trago desde criança. Portanto, não sou o boca-alugada, pago pela direção do Avaí para fazer a sua defesa, como disseram alguns tolos. Sou otimista por natureza, sempre fui assim.
Ocorre que a situação de nosso time, ainda que tenha dado uma boa respirada, inspira dedicados cuidados. Não podemos dormir folgados por termos dado uns tapinhas morais naquela gentinha que nos vaiou num show na semana passada. Por mais otimista que seja, há uma preocupação com o futuro. É preciso ficarmos alertas!
Alguém, em desabalada velocidade, corre diretamente em direção a um muro. A continuar assim, vai bater e se esborrachar. Poderá ficar dias, semanas, meses enfiado numa cama, ou “encostado” pelo INSS, se não frear, ou mudar de rota, de rumo.
É assim a situação do Avaí neste patético ano de 2010. E ainda estamos em novembro, ou seja, temos mais 40 dias de sofrimento pela frente.
O Avaí é o sujeito que corre rumo ao muro enorme e duro do fracasso. E não move um fio de cabelo para alterar a rota. Uma penteada aqui ou outra ali nos fiapos que lhe resta na careca. Mas parece, a olhos vistos, querer se esborrachar. E não falo de série B, isso ainda é um alento. Da forma como as coisas se apresentam, da maneira como o cenário se vislumbra, não é nada difícil imaginar uma série C, ou coisa bem pior.
Não estou levantado um teoria do apocalipse, não estou fazendo previsões assombrosas, de fim do mundo. Pra Mãe Dinah eu não sirvo. Estou é usando de meu realismo crítico, muito mais do que geralmente sou, é verdade, apontando o que poderemos ter daqui por diante nos próximos anos, se um CQC, um custe o que custar não for feito.
Se alguém ainda não se atinou, a relação Clube dos 13-Rede Globo está em vias de extinção. Ou seja, é bem provável que os caraminguás, embora poucos, que vinham para os participantes da série B via televisão, sequem por completo. Ou sejam revistos. Ou haja, ainda, uma mudança radical e tempestuosa nas regras de participação nestas séries.
Além do mais, a CBF, nos próximos três anos, vai canalizar todos os seus recursos e alguns mais para financiar a Copa do Mundo, que se realizará em 2014 exatamente no Brasil. “ah, não sabias disso?” Isso significa dizer que o reduzido din-din oferecido aos clubes das quatro séries do campeonato brasileiro (passagens aéreas, hospedagens, lanches, etc.) será menor que o encontrado em chapéu de cego em porta de igreja. Esse dinheiro “fabuloso” vai sair do bolso de quem?
Portanto, alguém avisa aí, por favor, que o muro é alto e duro.
Nota: é bem provável que virá alguém a dizer. “Ué, mas a gente avisou isso o ano todo”. Sim, eu sei, mas não custa nada falar outra vez. Vai que o cara é surdo.
Ao se referir à "gentinha que nos vaiou num show na semana passada", você apenas reproduz uma meia-verdade amplificada pelo seu amigo (talvez) Cacau, que fez seu nome tão somente na tal de "defesa dos valores ultrajados dos nativos". Gente vil sempre busca um inimigo para posar como grande combatente. Tática que não deveria mais iludir os inteligentes, aos quais te incluo pela qualidade do texto. A propósito, investigue um pouco e verás que a tal de vaia em muito ou todo se deve a clara maracutaia na escolha das agraciadas em ir ao palco do Paul. Em todo caso, não tome a parte pelo todo. Mire em conterrâneos teus aos quais não gostarias de ser ajuntado. Finalmente, creio que já está na hora de não supervalorizar feitos como ganhar do Inter ou quem quer que seja fora de casa. São sempre homens contra homens. E desculpe se exagerei.