Foi ridícula. Foi patética. Foi grotesca. Foi medíocre. Foi burlesca a forma como se jogou futebol na Ressacada nesta noite fria de quinta-feira, dia 11 de novembro, data histórica na vida do Avaí Futebol Clube. Aliás, nem de brincadeira aquilo ali apresentado poderia ser chamado de futebol. Foi um não-futebol, um ensinamento às crianças que começam a jogar este esporte de como não se deve fazer. E uma demonstração de desrespeito aos mais antigos que apreciam esta atividade.
Duas equipes, ou melhor, dois bandos em campo, travestidos de jogadores e não fazendo jogadas, não correndo, não chutando, não se empenhando. Algum ou outro lance que lembrava o esporte jogado em algum outro lugar. Mas, não ali, não nesta noite, não naquele gramado. Não me lembro, desde que me conheço por gente, de ter assistido a algo tão caricato e inominável assim. Eu que no ano do acesso tive que me afastar por alguns meses do estádio, porque a emoção me pegou de surpresa e minha bomba de sangue dentro do peito apitou, não senti nada nesta noite terrível. Nenhuma emoção, nenhum friozinho na barriga, nem ao final quando o time que veste as cores do Avaí melancolicamente saiu de campo vaiado pelo torcedor desiludido.
Começo a ver, também, que a ilusão me passou a perna. Não queria acreditar que o Avaí pudesse cair no campeonato brasileiro, usando apenas as simulações e calculadoras. Mas meu lado cético começa a me chamar no cantinho e me dizer que a crença é para os fracos, não se sustenta na razão. E a razão, a realidade que nos é apresentada por estes que não nos honram a camisa é cruel e terrível. Mostra o porquê deste time que veste as cores do Avaí estar nesta posição. É a mais elementar das verdades. Esta desclassificação foi o primeiro ato de uma pantomima.
Busco nas palavras, nos adjetivos e substantivos, algo que preencha esse vazio deixado por este grupo de cidadãos que se dizem jogadores, e que atualmente vestem as cores do Leão da Ilha da Magia. A magia que lhes falta para nos encantar com alguma coisa chamada futebol. Ou ao menos para sujar a bundinha no chão. Não faço parte, por isso, do coro do “eu já sabia”, pois se soubesse nem mais iria a campo. Não sofro de masoquismo. Também não aposto no “quanto pior, melhor”, por reter algum interesse rasteiro. Mas penso que o segundo ato desta ópera-bufa protagonizada pelos que vestem a camisa do Avaí Futebol Clube está por se confirmar nas próximas rodadas do brasileirão.
Não vou jogar a toalha e estarei lá até o último minuto, até a última luz acesa, ainda que a exortação ao fracasso esteja sendo proferida diariamente. Mas a minha descrença se avolumou na exata proporção do apequenamento deste time. Porém, o futebol, às vezes, nos revela surpresas.
Não pense alguém que escrevo isso sem a velha emoção. As lágrimas brotam em meus olhos e meu íntimo treme de angustia. Contudo, não estou triste, estou é assombrado pelo que fizeram ao nosso Avaí.
Perfeito, Alexandre.
É de ficar abobalhado vendo em que virou o nosso Leão: do meio pra frente, um amontoado de peladeiros comandados por um boquirroto sem categoria e sem condições para comandar um time que não seja da série C. Nuvens negras se aproximam no horizonte...