Os bichos-cricri da famosa Granja Comigo Boi Não Dança, ou mais conhecida pelas iniciais CBN-D, a Raposa Felpuda, maledicente e ardilosa, o Sapo Duende, encrenqueiro e eterno inconformado, o Bode Espanhol, velho, muito velho e carcomido, o Ratão do Banhado, que não deu certo em lugar algum e acabou dando na Granja e o Morcego Moicano, que posa de intelectual pra fazer gênero, estavam animados, pois o Ratão do Banhado acabava de ler uma mensagem vinda pelo seu i-1/2.
- Pessoal, pessoal! – gritava ele, lépido e fagueiro. – Acaba de chegar aqui uma mensagem no i-1/2, mandada pelo Dono do Circo do Deba, a Abelha Zumbindo, pedindo que a gente dê uma ajuda ao Leão, que tá muito ferido.
- Se a gente for ajudar, será que a Abelha Zumbindo vai continuar a dar suas picadas? – preocupou-se o Morcego Moicano.
- É, mas vocês tiraram o melzinho da chupeta dele. – afirmou o Bode Espanhol. – Lá na Espanha, quando a abelha fica sem mel ela pica mesmo. – concluiu.
- Então, se continuar assim, ele vai nos processar por ter tirado o melzinho da chupeta? – incomodou-se o Morcego.
- Olha, deixa pra lá! – esquivou-se o Bode.- É melhor cuidar da vida do Leão primeiro.
- Hum, não sei, não. Acho que o Leão tá nas últimas, hein! Será que vale a pena perder tempo com ele! – impacientou-se o Sapo Duende.
- Por que tu achas isso, o, Sapo? – quis saber o Bode.
- Pô, paraí, o, esse Leão vive dodói. Tá sempre de chinelinho. – concluiu o Sapo Duende, cuspindo o paletó da Raposa.
- Sim, mas ele não é teu amigo? – provocou o Ratão.
- Eu não tenho amigos. Sou o cara. Sou pequeno, mas sou f@#$. Pra mim o Leão já era. É um Leão banguela! Tá mais perdido que traficante no morro. - vociferou o Sapo, ainda mais inquieto.
- Ah, Sapo, mas não é assim. – condoeu-se a Raposa Felpuda. – A gente tem que acreditar numa recuperação do Leão. Eu acredito!
- Falso! Tu não vais sair do muro nunca? Tá bom pra ti, o Raposa... – emitiu o Bode.
- A gente tem que ressaltar a dificuldade que é um animal grande como aquele tentando se recuperar. – contemporizou o Morcego Moicano. – O Leão tem muita raça. Pena que por aqueles lados só tem sem-vergonha...
- Olha! Cuidado com a Abelha, hein! – expressou outra vez o Bode.
- Uma coisa tem que ser dita. O Leão já morreu. Não se recupera mais. – profetizou o Sapo, com a boca toda arregaçada.
- Jogasse a toalha? – perguntou o Bode.
- Não senhor, é que eu entendo das coisas. Quando eu nasci deus disse: desce a arrasa. E tenho feito isso: arraso o Sul da Ilha e volto pra minha casinha de pobre arrumadinha – completou o Sapo, babando-se outra vez.
Nisso outra mensagem chegava no i-1/2 do Ratão:
- Pessoal, acaba de chegar uma outra informação dando conta de uma ligeira recuperação do Leão. Parece que o quero-quero Sofro, Mas Não Caio segurou a patinha dele e ele está se levantando. Que boa notícia, hein. - Indagou meio sem graça o Ratão do Banhado, agora manco, em função de um tropeço num desfile na parada da diversidade.
- Falso! – proferiu mais uma vez o Bode.
- Que espetáculo! – exclamou a Raposa. – Viste, Sapo, o que tu dix agora? O Leão FICOU bom.
- Eu já sabia. No fundo isso foi uma forma de motivar o Leão. Se não sou eu ele não consegue.
- Ããã, só tem falso aqui. - concluiu o Bode Espanhol. - Sabe o que mais? Vou lá no Circo do Deba, pra ver como é que tá o Leão. Vai que sobrou um risotinho do jantar dos 300....
E todos gritaram:
- FAAAALSOOOO!
Com algumas dicas de meu amigo André Tarnowisky. - pra segurar a pena pra escrever, é claro!
Não tem como perder uma "quinta essência" certo!
Ótimo texto.