Nesta história do Clube dos 13/Rede Globo/Record nunca fez tanto sentido o Poema em Linha Reta de Alvaro de Campos (Fernando Pessoa): "Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?"
Nos últimos anos, dez entre dez clubes emergentes no país sonharam em participar da seleta Távola Redonda do Clube dos Treze. Cidades, como a nossa, onde não havia representantes na entidade, disputavam belicosamente o espaço dentre os eleitos, como um cão numa matilha disputa o osso descarnado. Agora, ao se perceber que o cartel dos magnatas do futebol brasileiro está implodindo, muitos já o estão olhando de lado, de soslaio, fazem que não é com eles e tendem a abandonar o navio como ratos de porão.
É claro que neste pardieiro ninguém é santo. Nem mesmo por uma boa e velha causa estão brigando. As vendetas e dissimulações estão palpitando por todos os cantos. Presidentes, outrora parceiros e eméritos administradores, acusam-se, mutuamente, de mercenários da bola. Bons e honestos, por sua vez, já não querem a fatia do bolo, por tê-la, agora, como apodrecida. E, o pior disso tudo, os investidores internacioanis estão correndo dessa assombração.
O Brasil, durante muitos anos, sofreu com seu futebol, do ponto de vista do seu financiamento. Um arremedo de esporte/empreendedorismo, calcado no amadorismo absoluto. Ainda que tenhamos disputado todas as edições de Copas do Mundo e termos conquistado cinco delas, que nossos jogadores sejam considerados os melhores do mundo, que nossos clubes disputem torneios internacionais aos cântaros e saiam vencedores de muitos deles, a fraca administração em nosso futebol é de rir de pena.
Porém, mesmo amadora, a intenção do Clube dos Treze era boa. Era um caminho que poderia melhorar esse quadro nefasto. Agora, parece que a ladeira é só o começo deste inferno e não me parece que tenhamos boas medidas para um futuro em nosso futebol. E às vésperas de uma Copa do Mundo. Se clubes como o Avaí, e mesmo o doládelá das pontes, tinham dificuldades em se manter na elite do futebol nacional, preparem seus corações, pois daqui pra frente a coisa deve piorar. Pra pior.
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