Os bichos-cricri da famosa Granja Comigo Boi Não Dança, mais conhecida pelas iniciais CBN-D, a Raposa Felpuda, maledicente e ardilosa, o Sapo Duende, encrenqueiro e eterno inconformado, o Bode Espanhol, velho, muito velho e carcomido, o Ratão do Banhado, que não deu certo em lugar algum e acabou dando na Granja e o Morcego Moicano, que posa de intelectual pra fazer gênero, estavam abobados, diante do estado em que se encontrava o Ratão do Banhado.
- Buááá! Buááá! – chorava ele, copiosamente.
- Que é que há, rapaz? – quis saber a Raposa Felpuda.
- Pô, não me conformo. – dizia o Ratão, as lágrimas misturadas à baba.
- Tás nervoso? – balbuciou o Bode Espanhol.
- É que aquela mandioca que o rapaz da Granja do Vizinho levou dez anos pra tirar tava ali, bonitinha, aí eu peguei uma pra fazer fritinha. Buááá!
- Sim, daí, desembucha! – intimou o Sapo Duende.
- É que depois de comer veio o revertério. Buááá, buááá, buááá! – esganiçava-se de chorar o Ratão.
- E...? – inquiriu a Raposa.
- MICAguei todo. – revelou o Ratão.
- Como é que é?? – perguntou mais uma vez o Bode.
- MICAguei. Aquela mandioca era transgênica. Me fez mal. Achamos que era boa, mas tava toda amarelada. Ela amarelou com o tempo. Buááá!
- Amarelou a mandioca da Granja do Vizinho? – espantou-se o Sapo Duende, deixando a dentadura cair. – Mas ela era tão boa.
- Pois é, - completou o Ratão. – o rapaz da Granja do Vizinho levou dez anos pra arrancar aquelas cem mandiocas e depois ela amarelou. Buááá!
- E o canteiro de brócolis, como é que tá? – perguntou a Raposa.
- Ah, o brócolis secou todo. Tá murchinho, murchinho.
- Não vais dizer que o brócolis também é transgênico? – incomodou-se a Raposa.
- Tô desconfiado. Buááá! – lamentou o Ratão.
- Caramba! Prepararam tudo tão bonitinho. Era uma casinha de pobre arrumadinha. – constatou o Sapo.
- Não eram os melhores? – provocou o Bode Espanhol.
- Nadaram, nadaram e morreram na praia. – completou o Morcego.
- Buááá! – continuou o seu lamento o Ratão. – E agora como é que se faz?
- Olha, eu não sei o que se pode fazer agora. – resignou-se a Raposa. – Mas vai ser preciso muito café com bolachinhas pra gente continuar a elogiar aquilo lá.
- E o Leão, como é que ele tá? - perguntou de novo o Bode.
- Olha, eu dei uma passadinha lá no Circo do Deba e ele tá todo mijado. - expôs o Morcego.
- Ué, e porque? - quis saber mais uma vez o Bode. - Ele passou mal também?
- Não, é que ele estava se escangalhando de rir. - completou o Morcego.
- Humpf! Dá pra saber o motivo. Nojeeento! - encerrou o Ratão.
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