O futebol não é uma caixinha de Pandora

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A entrevista dada pelo presidente do Vilhena Esporte Clube, time que o Avaí derrotou já na primeira fase da Copa do Brasil e evitou o jogo de volta, foi emblemática. Dizia aquele presidente, de maneira dramática, que as dificuldades para se fazer futebol são enormes, que andou pedindo ajuda para a cidade, para os empresários locais e até para a prefeitura e, além de ninguém ajudar, ainda vaiaram o time que jogava diante do Avaí.

Isso remete até a nossa própria realidade.

O futebol nasceu como uma diversão, se tornou prática desportiva e virou competição. Hoje, passados quase dois séculos desde a sua criação oficializada, em volta deste esporte/jogo correm milhares de intenções, desejos, interesses, anseios, decisões e valores. É um dos aspectos culturais da sociedade moderna. Enquanto que na Grécia Antiga se praticavam esportes como treinamento dos guerreiros em meio às batalhas, hoje se pratica o futebol como forma de associar o lúdico para fazer fortunas.

As pessoas se divertem com o futebol, mas ganham dinheiro com ele. Muito dinheiro mesmo. Ocorre que nem sempre há investimentos antecipados para se fazer futebol e, na maioria das vezes, quando os resultados não surgem, em seu lugar aparecem os engenheiros de obras prontas, os apontadores de dedos para dizer que se faça aquilo que eles não apoiaram antes.

Em todo lugar é assim.

Porém, em determinados momentos, a falta do apoio que se espera não está do lado de fora, mas corre internamente. Muitas vezes alguns remadores dentro do próprio barco remam contra, jogam o remo na água, ou fazem furos na canoa para que afunde mais rapidamente.

Se aquela situação contada pelo presidente do Vilhena é ruim, copiada, aliás, na imensidão desse mundo, a segunda é cruel e nefasta. Quando fala mais alto o interesse mesquinho e egoísta aliados a vaidades perniciosas, o fim absoluto já está sacramentado.

Muitas vezes para se atingir objetivos é preciso desprendimento, entrega, determinação e perseverança. E humildade acima de tudo. Portanto, a velha história de se ter coragem de tirar as laranjas podres do cesto nunca foi tão verdadeira, e principalmente em clubes emergentes como o Avaí Futebol Clube. Chegaremos lá, sim. Seremos o gigante que muita gente por aí apregoa. Mas, antes, é preciso mudar atitudes e conceitos.

No futebol de grandes campeonatos não há surpresas, nem é lugar para improvisos. Faz-se o trivial e obtém-se os resultados planejados. Desde que o conjunto queira, evidentemente.

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