Os antigos gregos tinham duas definições para o tempo. Chronos, que era o tempo medido, o tempo percebido, o desenrolar dos fatos, e Kairos, que era a oportunidade, um momento em que algo especial acontece. Juntos, fazem-nos tomar decisões, que podem decretar o desenrolar de nossas vidas para sempre. A História se faz de acordo com a oportunidade revelada no tempo adequado.
É assim que vejo o Avaí Futebol Clube de hoje. É uma instituição que construiu um patrimônio físico e moral suficientes para se dar ao respeito, no tempo e medidas certas.
Dar tempo ao tempo, no caso avaiano, significou tomar decisões consistentes e baseadas em análises sólidas ao longo desta última década. Não houve, nos últimos anos, decisões intempestivas, que resultassem numa derrocada sem volta, numa falência total e absoluta.
Houve, sim, problemas de ordem, de conduta, às vezes até de postura, mas jamais de indolência. Fazer futebol é difícil, requer comprometimento e desenvoltura, mas acima de tudo sabedoria. Os fracos são aqueles que caem à menor cara feia. Os fortes, perseveram.
Mesmo com resultados pífios e posturas endurecidas, ainda assim, com o decorrer do tempo, obteve-se ganhos e merecimentos. Como em toda construção, foi necessário conviver com entulhos e poeiras, para se vislumbrar a obra acabada.
O Avaí, hoje, graças a esse processo de construção, é uma entidade com uma capacidade enorme de recursos, com perspectivas de progresso e dotado de credibilidade assombrosa no mercado local.
Portanto, não era possível entender, para um observador mais apurado, quais motivos levaram o Avaí neste ano de 2011 a remar para trás, a atrasar o relógio e manter um processo viciado e fracassado, que não nos deu resultados positivos que seriam óbvios. Perdemos tempo. Perdemos dinheiro.
A oportunidade de retornar ao caminho está passando e revelou a disposição inicial de fazer um Avaí cada vez mais forte. A decisão de hoje à tarde foi madura, profissional, embora parecesse demorada. Mas teria q ue ser assim, ou voltaria-se ao tempo das trevas, onde não havia razão, disposição, dinheiro e credibilidade.
Agora, sim, acredito num tri-campeoanto.
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