Quem afirmou, quem resolve e quem corrige

sábado, 19 de março de 2011

O senso comum é curioso. O senso comum é aquela manifestação humana que faz com que aceitemos proposições, enunciados e afirmações sem manifestar dúvida, mais pela autoridade de quem expõe do que pela experimentação ou raciocínio lógico. Se alguém perguntar a outro “como sabe se a Terra é redonda?”, receberá como resposta a frase de que “é, porque todo mundo sabe”. E ainda ficaria nervosinho se houvesse insistência na dúvida. O velho comentário de que “só um cego não enxerga”. Pois então, me prove que a Terra é redonda.

Digo isto em razão da verdade estabelecida no começo deste ano de que o Avaí Futebol Clube, versão 2011, estaria montando um time campeão. Quem disse isso? Quem afirmou tal bobagem? Ora, todos nós, porque o torcedor comum, o torcedor babão vive de grife. Nós adoramos uma camisa de marca, um jogador de renome, uma mensagem de nosso time estampada nos melhores jornais. É uma questão de auto-estima, controvérsias à parte, é algo nitidamente humano.

Sim, mas foi só o torcedor quem assumiu isto?

Não, todos os envolvidos com o Avaí armaram a mesma armadilha. Diretoria, comissão técnica, jogadores, tendo a mídia com seu jornalismo de cloaca difundindo tal coisa que é para vender notícias. Todo mundo embarcou nessa, que não venha agora algum espertinho tirar o seu da reta.

Hoje, lamentamos não a falta de um time, que já seria suficiente para o mau humor dos avaianos, mas a frustração de nossas próprias afirmações terem sido furadas, e as expectativas terem ido pelo ralo.

Então quer dizer que acabou, vamos nos conformar a assumir que as coisas são assim mesmo, que não há recursos? Não, claro que não, para tudo há um jeito e só não há para a morte. A não ser que o sujeito assuma suas idiossincrasias espirituais e saia por aí pregando o apocalipse, o fim dos tempos. Caso contrário, sempre há uma solução. Basta querer achar a solução.

Então, quem resolve e quem corrige tudo isso, toda essa besteira criada? Ora, nós mesmos. Quem pariu Matheus que o crie.

Começa exigindo disposição e comprometimento dos jogadores que estão aí. Se não assim uma Brastemp, que ao menos dêem trabalho ao pessoal da lavanderia dos uniformes avaianos. Claro que as velhas frases de “queremos raça” voltarão, o que é natural quando se tem um time medíocre e que não se esforça nem para dizer isso tudo ao contrário. Mas é a torcida, e sempre ela, quem fará uma boa parte desse trabalho motivacional. Não há como fugir disso. Você esperaria um Semenchato dizendo vamo, vamo, Avaí? Mofas!

Também se exige da diretoria um mea culpa. Hum, problema na Kombi! Mas, lamento, é dela a condição principal de garantir conquistas e não de administrar crises. Assumir um erro é humano e revela caráter. Disposição para recomeçar quando se erra nas estratégias é sinal de boa vontade e inteligência. Pelo menos, alguém viu que está errado e corrigiu.

Da comissão técnica, pelo menos se quer o abandono definitivo das pregações evangélicas e o começo de trabalho. Sério, científico, em busca de resultados. Chega de blábláblá esotérico e afirmações infundadas. Já dizia o mané da Costa de Dentro que o bom cabrito não berra. Portanto, declarações biguebrodianas, para sair na mídia, são falsas e irrelevantes. E revela um caráter... deixa pra lá. Quem quer ganhar um jogo de futebol tem que correr e jogar, e não viver com microfone em punho.

Agora, tirem as crianças da sala!

A parte complicada da história é administrar vaidades, de todo lado. O próprio termo em latim, vanitas, significa algo vazio, um vácuo na existência. E enquanto as vaidades permearem pelos cantos da Ressacada nosso destino será, cada vez mais, ser aquilo que não éramos, ou nunca ser o que desejaríamos ser.

Se todo mundo quiser e remar para o mesmo lado, saimos dessa. Senão... Eu disse todo mundo!

1 comentários:

  1. GiSevero disse...:

    É meu amigo, não é fácil...
    Mas a gente não se entrega e nem vai permitir que esse 'vácuo' ocupe o nosso espaço.

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