O buyiling em Marquinhos

A coluna desta terça-feira da Raposa Felpuda, presente no jornal dos chupadores de bomba, chega dizendo que o Galego de Biguaçu e da Ressacada pode pegar uma “cana” do Tribunal pelo que anda dizendo. Fui conferir o suposto palavreado proferido pelo nosso melhor jogador e não compreendi a bronca da Raposa. Disse, o Marquinhos, que jogar em Itajaí, contra o time do presidente da FCF, não é fácil. Ué, disse alguma inverdade, o nosso Galego?

Nós todos proferimos opiniões por aí. É da prática da democracia ter opinião. E mudar é sinal de inteligência, também. Claro, alguns confundem ofensas com opinião e depois ainda dão uma de azurra sem-braço. Mas, a seleção natural dá um jeito nestes.

Voltando à vaca fria, o que não entendo é qual a inverdade dita pelo Marquinhos Santos. E qual é o problema de ele dizer o que pensa? Há, inclusive, uma máxima de ranço ditatorial, difundinda entre virgens vestais, que diz “joga mais e fala menos”. Como? Não entendi! Ando meio surdo. Fala de novo! Que conversa militarista e arrogante é essa? Seria algum resquício do regime de exceção verde-oliva que vivemos anos atrás, que dizia que as pessoas deviam viver entre mudas e caladas? Sem expressão? Sem boca?

Marquinhos Santos é um dos craques deste campeonato do Delfim. Não é o principal, pois o seu treinador-pedreiro resolveu mandá-lo trabalhar, mas não lhe deu ferramentas. Acha que o cara que bate faltas, cobra escanteios, cobra lateral, chuta, passa, marca, avança, recua, ataca e defende, ainda tem que tirar gatinhos de chaminé. Por isso, Marquinhos faz o que pode, enrolado neste esquema do treinador-pedreiro. Ele é humano. Ah, tu não sabias? Achavas que era um salvador da pátria, um Iron Man superpoderoso?

Marquinhos faz tudo isso e ainda tem sem noção dizendo que ele não joga nada. Vá entender. Ou quem sabe preferem exaltar craques (?) que jogam duas vezes por ano e que vivem em Departamentos Médicos?

Marquinhos Santos tem o direito de falar, sim senhor. Já falou da preguiça mental do tal planejamento avaiano e de como o time deve jogar. Falar do campeonato do Delfim, onde ele joga e leva ferro é só mais um desabafo. Ainda mais quando sabemos que alguns adoram marcar cartas por aí, regadas com um bom escocês e defumadas com baforadas de um Havana.

Agora parece que Marquinhos tem um desconforto de raio-sei-lá-o-quê. Eu digo que Saci não nasce com duas pernas, que coelhinho da Páscoa é só uma lenda pra vender chocolate. E o Papai Noel foi inventado pela Coca-Cola. Ou alguém quer me tirar pra otário?

Engraçado, né? Parece que tem que pense que a torcida do Avaí mora em Manaus e só sabe das coisas de ouvir falar, de diz-que-me-diz, que não acompanha os “entornos da Ressacada”.

Estou indo agora comprar leite em pó, pois, ao que parece, a vaca que estava por aí foi pro brejo, com cordinha, banquinho, sininho e levou o boi junto.