A voz do estádio

Neste Sábado frio a Ressacada teve uma voz. A vaia.

Alguém disse algo uma vez e o treinador do Avaí ouviu: "desce e arrasa". Ele pensava que era o deus dele, mas era o seu vizinho mandando o gatinho descer do telhado e matar um ratinho que passava por ali. Porém, como o senhor Paulo Silas acreditou que era para ele, até hoje mantém a sua vaidade na frente da carroça. Ele se acha a última bolachinha do pacotinho e, por isso, faz e desfaz as coisas do jeito que bem entende.

Ele é quem manda, ele é que treina o time, ele está construindo uma casinha de tijolinhos e é ele que entende de futebol. O resto do mundo deve fazer reverências. Nada de contrariar, porque ser contra o senhor Paulo Silas é burrice, viu.

Só que ele não contava que, na sua tosca vida de treineiro, encararia pela frente uma torcida que entende de futebol. Assim, surge a vaia na Ressacada. Intermitente, desumana e feroz. Mas, diferente da vaia de velhos corneteiros, ressentidos como alguns bocós dizem por aí, é a vaia de quem não suporta tamanha arrogancia e prepotência. É a vaia de quem exige uma avaianidade em campo. É a vaia do desespero, de quem vê o barco ir em direção à cachoeira e ninguém tomar uma titude.

Não vou comentar o jogo que eu vi. Não sou especialista em futebol, afinal, se eu critico o senhor Paulo Silas sou apenas e tão somente um pau mandado, alguém que quer esconder os reais problemas. Como não entendo nada de futebol e sou boca-alugada, apenas bato palmas para quem se manifestou, neste Sábado, contra o senhor Paulo Silas. Seria curioso, agora, depois que a censura foi instalda, que houvesse uma ação na justiça contra a própria torcida. É coisa pro cara rir!

Lamento, entretanto, que tenham posto no mesmo balaio o Marquinhos Santos. O Galego foi sacrificado num esquema burro e irritante, um esquema ranzinza, de quem não quer dar o braço a torcer. Saiu magoado e com razão. O alvo não deve ser ele.

Contudo, que ninguém se incomode. Conforme já expus neste postagem, Sem títulos nacionais, vamos esperar aí umas 5 ou 6 rodadas de sufoco, beliscar algum pontinho e, quando a desgraça estiver confirmada, vamos trocar de treinador. Assim segue o Avaí, com seu estádio cada vez mais frio.