O resultado é o que importa

A maioria das pessoas que já bateu uma bolinha na vida sabe que o resultado numa partida é o mais importante. Melhor que jogada de letra, bola no meio das pernas, chapeuzinho, trivela, bicicleta e voleio. 1 x 0 no placar, dependendo das condições, é o que importa. E se for uma decisão, contra um time encardido, 1/2 x 0 é goleada.

Há ainda, naquelas competições em que o nosso time é apenas competitivo, em que um gol de mão, aos 47 do segundo tempo, numa jogada no qual o atacante está impedido, é comemorado como se fosse final da Copa do Mundo. O futebol é um jogo de malandros.

Digo isso porque muita gente lamentou a desclassificação da Argentina, por não haver ali na frente um possível embate entre Neymar e Messi, o que seria tido como um tira-teima entre os chamados melhores jogadores da atualidade. Ora, convenhamos, é inocência asinina. Digo até que os defensores do futebol-arte, como eu, estamos com os dias contados. Que se danem Messi e Neymar, o negócio é vantagem para quem quer ganhar.

O futebol, não é nada disso. Nada de frescuras e firulas. Futebol é um jogo jogado como uma cópula estritamente masculina. O mais importante é botar bola pra dentro. É grosseiro e insensível? É! Se possível com goleiro e tudo, como fizeram os doladelá nesta semana, com um gol ilegal. Quer dizer, ilegal para nós, virgens vestais, que ainda achamos que o futebol é um negócio bacaninha, com 22 jogadores irmanados no melhor para dar espetáculo e jogando pelas regras. Que regras?

Tenho plena certeza que os avaianos, que estão começando a entender o que é futebol e como os bastidores deste esporte-negócio funcionam, começaram a aprender um pouco mais da vida desse jogo nesta semana. A nossa vida de adolescentes gospel acabou.