Ser torcedor de futebol não é, por muitas vezes, adotar uma postura complacente. Por pior que esteja a situação há sempre a esperança de que as coisas melhorem, um otimismo arraigado se expressa. Basta, para isso, uma boa notícia. O autêntico (vou evitar verdadeiro, pois o termo já foi apropriado por alguém há exatamente um ano) torcedor é aquele que acredita sempre e se empolga cada vez mais. Há quem critique isso, na famosa frase “tapar o sol com a peneira”, como se apenas ele, o descortinador de sóis estivesse com a razão. Muitas vezes, esse desalmado acha que ser otimista é ofensa.
É verdade que, na medida em que as coisas vão dando errado vamos desanimando. Ainda mais quando sabemos que os problemas internos são piores do que os aparentes. A vontade de desistir é enorme, um sentimento de abandono nos atinge. Somos humanos e não gostamos de sofrer. Mas aí a gente lembra que também somos torcedores, uma categoria de humanos diferenciada, e o velho otimismo nos ataca novamente.
Ser otimista não é desconsiderar que haja problemas, muitas vezes sérios e intratáveis. Ser otimista é superar a angustia e conseguir ver luz na sombra. O torcedor avaiano, por sua vez, tem sido um otimista por excelência, principalmente neste ano de 2011.
Ao vencermos o clássico não deixamos de perceber que o atual time do Avaí é limitado e tímido. Sabemos ser um time que não impõe medo ou respeito aos adversários. Na grande maioria das partidas a que assistimos neste ano, os adversários foram ousados e indecentes conosco, exatamente porque não nos impomos. E talvez resida aí o otimismo que começa a crescer no meio da torcida avaiana, ou seja, a possibilidade de ver o time do Avaí ousar e impor.
Não foi o resultado em si a razão de nossa retomada de esperança. Claro que ajudou e, pelas ruas, vamos alegres e sorridentes. Mas uma coisa que se fez diferente após oito meses neste ano: a postura em campo contra o time doladelá.
Embora a velha recomendação de “pés no chão” se faça necessária, também no futebol quem não arrisca, não leva. No futebol é preciso sair da mesmice, uma vez que tende ao conformismo. É muito fácil um time de futebol se acomodar. Isso é fisiológico, mesmo que alguns (des) entendidos achem que é pura emoção. Por isso, um time que lute constantemente para sair de uma zona de perigo, como é o caso do Avaí, certas vezes encontra mais ânimo e disposição do que aqueles que vivem numa zona intermediária da tabela. E é por esse motivo simplório que a garra e a luta podem aflorar, aliados ao otimismo que começar a crescer na torcida.
E como um bom otimista que sempre fui espero ver um time vigoroso e bravo daqui pra frente. De agora em diante, até dezembro, sobrarão apenas os fortes, os que têm nervos de aço, os destemidos. Os otimistas. Os outros já jogaram a toalha e vão passar a assistir às novelas.
Ah, aquela parte da mídia local também não acredita que possamos ganhar do Flamengo? Bom, aquela parte da mídia local é colonialista, defende outras culturas e já rebaixou o Avaí. Portanto, estão fora do meu caderninho.
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