A Campanha de Campeão

Começa, a partir de hoje, uma campanha épica para o Avaí. O que nos espera nesta “mais uma chance de nos redimirmos dos erros de planejamento”? Sinceramente, ninguém sabe.

O resultado do clássico, a postura em campo, as declarações, os incentivos, as notícias, a constatação óbvia de que somos a maior torcida de SC (embora mal amada pela diretoria), tudo isso nos condiciona a, mais uma vez, apoiarmos o nosso time do coração. Estamos, de novo, com vontade de torcer desbragadamente pelo Avaí. Como autênticos avaianos que somos.

Entretanto, de que forma o time em campo, cuja limitação é sabida, se comportará diante deste novo cenário, ainda não sabemos. Conhecemos do que foi incapaz de fazer até aqui. A tabela de classificação é prova cabal disso tudo. Mas, que ânimo escondido possui este elenco, ainda é uma incógnita.

Eu sempre digo que não há bom ou mal jogador (tá, tudo bem, há exceções!), assim como não há times bons ou ruins. Há times bem montadinhos, que obtém bons resultados e jogadores que se empenham, com boas apresentações. O futebol é um troço onde a motivação faz parte de metade da competição. A outra é o dindin no bolso.

Esqueçamos, a partir de agora, as retóricas, os discursos empolados, as confissões de amor eterno, as indecências e desmandos. A gente já sabe, de cor e salteado, onde o calo aperta e como fazer para aliviar a dor. Qualquer avaiano dotado de ao menos um tico ou um teco tem a solução. O que vai resolver é pegar todo mundo junto, numa jornada épica e memorável, como jamais se viu na Ressacada. O Avaí terá que fazer a partir de hoje uma campanha de campeão, coisa que nem os postulantes ao título ainda fizeram em todas as temporadas do moderno campeonato do Ricardão.

Alguns já jogaram muito. Outros jogaram o suficiente, mas nenhum aspirante ao título do campeonato mais equilibrado do planeta fez o que o Avaí terá que fazer. Por isso, os nervos estarão ligados desde hoje.

É certo que vamos sangrar até o fim. Que ninguém se engane. E se alguém não tem aquele fiozinho de aço correndo nas veias e detesta filmes de suspense, é bom desistir agora. Vai ser assim até o final. Só nos resta saber se sangraremos em batalhas homéricas, como valorosos guerreiros ou como doente terminais, que lutam incansavelmente pela vida. Só no suspiro final é que saberemos de que sangue foi feita a nossa batalha.