Dossiê Avaí - as presumíveis razões de nossa queda (4)

domingo, 20 de novembro de 2011

Desejo abordar, agora, o tema que mais tem relação com os resultados objetivos de um time de futebol moderno, que é a Comissão Técnica.

Montar um time de futebol requer critérios. Quem já bateu aquela bolinha na beira da praia, nas quartas-feiras à noite com os amigos do trabalho, nos churrascos com os pinguços camaradas de domingo à tarde sabe como se monta um time: escolhemos os melhores, ou aqueles mais dispostos. O sujeito que quer ficar na sombra vai para o time adversário. Queremos ganhar e, para isso, o time tem que ser bem escolhido. Se isso é assim nas nossas peladinhas descompromissadas, imagine num clube de futebol tido como profissional. Mas, normalmente, não é o que acontece por aí.

No caso do Avaí, além de essa “seleção” ter disso feita à revelia, pecamos por termos tido desacertos com a parceria. Claro que, notadamente, era ela quem possuía a carta de jogadores aos nossos interesses. Mas, ao que parece, foi preciso pensar no mercado antes da participação nos campeonatos. O Avaí penou e caiu não porque tinha um grupo de pernas de pau, mas porque sequer montou um grupo competitivo.

A escolha de um técnico tem que ser criteriosa, evidentemente. Ele deve ter experiência. É ele quem vai ajudar decisivamente na montagem do elenco para uma temporada. Não é obrigatório que seja um técnico top de linha, até porque as dificuldades financeiras e logísticas para isso muitas vezes impedem tal iniciativa. Mas, ao menos que tenha algum conhecimento do campeonato em que vai dispor seu time a jogar. Pelo menos o conhecimento, se não tiver a experiência almejada. Isso se o clube estiver a fim de algo do que ser mero coadjuvante.

Este técnico, evidentemente, irá montar o seu grupo de trabalho. Ele precisa de gente de sua confiança para que o projeto decole. Porém, antes da contratação deste profissional, o clube deve assegurar que já possui profissionais gabaritados e que irão trabalhar em conjunto com essa nova comissão técnica. Por isso, auxiliares técnicos e preparadores físicos devem ser empregados do clube. Tem que ser profissionais fixos, com trabalho a longo prazo, conceituados e criteriosos, mesmo que os auxiliares e preparados do técnico recém contratado venham com ele. Por outro lado, a oneração da folha do clube sofre impactos se tal situação, a vinda de profisisonais "extras", não for devidamente considerada.

O principal agravante quando um técnico traz o seu preparador físico é que ele, o treinador, já vem com prazo de validade vencido. Mesmo que faça um trabalho decente e qualificado a longo prazo, a qualquer momento pode ser dispensado ou ir embora graças a um contrato mais interessante. E a preparação dos jogadores ficará comprometida devido à interrupção. Uma das razões de o time do Avaí cair de produção nas etapas finais das partidas foi exatamente a forma nada científica de condicionamento físico do elenco, com trabalhos sofrendo seguidas alterações. Não há capacidade cardio-respiratória que suporte isso e não há músuclo que aguente. A ida constante de jogadores ao DM é um dos reflexos desse desleixo intrigante.

O Avaí viveu o samba do russo encharcado com saquê ao manter um auxiliar trazido pela parceria como um quebra-galho, que foi o senhor Edson “Neguinho”. Uma hora se efetivava, em outra era descartado, em algumas situações se indispunha, demonstrando o trato irresponsável que o Avaí teve com seu futebol neste período de agruras.

Além do mais, no quesito preparação dos atletas para disputar as competições nessa temporada, fomos patéticos. A ponto de o Marquinhos Santos ter saido daqui com quilinhos a mais, falta de condiconamento e condições atléticas nada ideais e ser obrigado a se "aprumar" para poder jogar no Grêmio. Um autêntico atestado de incompetência na preparação física do clube do Sul da Ilha. Viramos chacota gratuita.

Voltando à montagem do elenco, de uma vez por todas deve-se ter jogadores comprometidos com o projeto do clube. Jogadores que conheçam a história, os bons e maus momentos, a torcida, as intercorrências inerentes ao clube. A partir do momento de sua contratação, aquele atleta fará parte da vida do clube e sua responsabilidade deve ser aumentada. O clube onde atua não pode ser uma passagem para “coisas melhores”. Isso não é romantismo, mas um necessidade profissional para que o projeto da temporada tenha validade dali por diante.

A pergunta que eu faço é: quais destes pontos que levantei foram levados a SÉRIO pelo Avaí nesse período que resultou em nossa queda? Tá bom, eu espero alguém levantar o dedinho.

A omissão do presidente nesse período, quando delegou a profisisonais de competência duvidosa a montagem e gerenciamento desse elenco, com interferência direta da parceria, indiscutivelmente tenha sido um dos motivos de nossa queda-livre.

10 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    Aguiar levantei o dedão, a omisão do presidente ZUNINO nesse período, quando contratou e delegou a profissionais de competência duvidosa(bom se a competência era duvidosa, porque contratou?) com interferencia direta da parceria que Zunino trouxe por ser sócio do seu filho, indiscutivelmente tenha sido um dos motivos de nossa queda livre.


    Cocoroca Avaiana

  1. Concordo, Cocoroca. Inteiramente de acordo.

  1. Anônimo disse...:

    acho que até o último dossiê todos darão zunino como o único culpado. quem trouxe os incompetentes não pode querer dividir a responsabilidade da desgraça.
    tasso

  1. Anônimo disse...:

    Caso o atleta tenha a necessidade de se condicionar, tudo bem.....
    Mas, qdo ele observa que o "local" de trabalho se dará com ele em campo, independente do que ele fizer "fora dele", como é que alguém pode interferir???

    Ex. Ronaldo, Adriano(Corinthians)Marquinhos(Avaí) e muitos outros.

    Normal a torcida babar pelo atleta...

    Por isso que são chamados "jogadores de futebol" e não "atletas"

    Atletas sabem de sua necessidade.

    Caso acontecesse com mais de, digamos 20% do elenco azurra, até iria concordar com sua postagem sobre a comissão técnica omissa, mas é certo que não estamos diante desse número.

    Se aconteceu com 1 ou 2 em um ambiente de 40, quer dizer que tinhamos sim, laranjas podres, e não "processadores quebrados".

    Que a montagem do ano que vem siga um caminho regular.

    Profissionais de qualidade já provamos que temos. Eles mesmo já provaram isso.

    Até Maio fomos melhores do que o time do estreito. a coisa estava andando.

    att

    Onério Chagas.

  1. Meu caro tasso, creio que num processo todos são responsáveis. Seja na conquista ou no fracasso. Evidentemente que os cabeças são mais responsáveis que os bagrinhos, mas, os bagrinhos não podem ficar de fora.
    O presidente Zunino tem, sim, a sua resposnabilidade maior, por ser ele o contratante. Mas o que tem de neguinho e branquinho se escondendo agora é uma grandeza.

  1. Onério, muito bom o seu comentário.
    Não acho, se me permite, que hoje em dia tratemos de "jogadores de futebol", no futebol moderno. São atletas e cabe a uma comissão técnica decente fazê-los encarar dessa forma. O processo na Ressacada já vem desde o ano passado assim, quando jogadores chegaram bêbados para o treinamento e foram mandados pra casa, para se "curar".
    O fato é que está faltando responsabilidade e comprometimento. O resultado? Tá aí.

  1. Anônimo disse...:

    O avaí em 10 jogos saiu na frente no placar, e entregou o jogo no segundo tempo, sempre la pelos 20 do segundo tempo. O cleverson, agora contra o cruzeiro pediu para sair, e olha que estamos em meados de novembro...cade o preparação fisica ???

    Damian

  1. Anônimo disse...:

    o mundiça corre até o ultimo minuto de jogo, sem bola perdida, e sem nenhum jogador "inho".....taí o resultado....e duvido que lá tenha algum aprendiz de empresario, filho de presidente buzinando na orelha de jogador....acho que a permanencia do clã a frente do Avaí esta insustentável...

    Damian

  1. Vou repetir: anônimos, não percam tempo. Vou deletar. Se entrarem como anônimos, pelo menos assinem embaixo, senão, vou apagar.

  1. George disse...:

    Aguiar, segue o baile, no sentido de ajudar o Avaí:

    1) Eu sei que o normal é o que disseste (treinador montar o time), mas acho perigosíssimo. Benazzi ficou e montou o "seu" time (Acleisson, Romano etc.). Foi embora e o seu time ficou. Gallo chegou e montou o "seu" time, com o agravante de ter expulsado o líder da equipe (bicho burro esse Galo). Foi embora e o seu time ficou. TC chegou e só não montou o time pq não deu mais tempo. Resumo: 63 jogadores, com uns 8 aproveitáveis.
    Esse poder funcionaria no caso de comprometimento (nem falo em contrato) do treinador para a temporada toda, tal qual fez o Silas em 2009. Teve várias propostas e ficou. Já o Chamusca debandou na primeira chance que lhe apareceu. Eu realmente não sei como resolver isso. Talvez, fixar e COBRAR uma multa rescisória milionária, pq aí afasta a urubuzada.

    2) O Avaí é muito "bonzinho". O treinador é o empregado e o clube é o empregador. Portanto, na entrevista de emprego, é o empregador quem dá as cartas, pois é ele quem manda! Se quéx, quéx, se não quéx, dix!
    Traduzo: o Avaí tem o preparador e o auxiliar "de carreira" - funcionários do clube. Contratará apenas o técnico. Se este quiser trazer seus agregados, que banque! Não dá certo muitos caciques pra poucos índios. Nesse ano, tivemos 2 ou 3 preparadores ao mesmo tempo, uma loucura.
    Digo mais: o Emerson Buck é um baita profissional, bem como o preparador de goleiros, do qual não lembro o nome. Em trabalho de longo prazo, o negócio rende. Já rendeu antes.
    É isso (já tá quase um livro isso aqui).
    Abraço.

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