Esta semana que passou nos colocou diante de amargas realidades do futebol brasileiro. E elas nos confrontaram, sobretudo, com a questão ética, com a postura dos indivíduos, com o ter antes do ser, esses princípios que norteiam o cidadão na condução de seus ideais.
Vivemos durante os últimos anos apontando nosso maior rival de obter suas conquistas sob o manto da indecência. É sabido que coisas obscuras os levaram aonde chegaram, tanto que a derrocada do grupo que os conduziu foi rodeada de mistérios e senões assombrosos. Eles mesmos dizem que há uma ponta negra de um iceberg, que se vier à tona levará muitos ao calabouço da iniqüidade. Porém, ninguém quer falar mais no assunto e todos começaram a sofrer de uma amnésia absoluta.
O povo avaiano, por sua vez, via aquele bolo crescer com um fermento infecto e bolorento, e sendo alijado das conquistas por decisões escusas e espúrias, como se não quisessem a retidão metida no pântano das improbidades. Os que sabiam e viram aquilo ocorrer não puderam acusar quando deviam, porque não quiseram quando podiam.
Mas, para nosso desgosto, muitas coisas parecem que devem ser mudadas. Não dá mais pra ser bonzinho o tempo todo. Saímos da infância para a vida adulta no futebol brasileiro muito rapidamente e os choques éticos nos assombram. A postura do ex-técnico avaiano, agora do Grêmio, nos apresentou uma realidade com a qual não estávamos acostumados. Ele nos chama a jogar a malandragem do futebol.
Devemos, a partir de agora, jogar o jogo da falta de ética? NÃO. UM SONORO NÃO. Lutamos contra isso durante todos esses anos, mas temos que rever alguns conceitos. É um aprendizado difícil e inimaginável a quem sempre quis a lisura, a decência, o jogo jogado só no campo.
Tratamos sempre bem aos semelhantes. Não é por acaso que a Concentração com o Leão, ritmos de festas feitas na Ressacada para receber os adversários, foi um sucesso de política de boa vizinhança, talvez nunca vista no Brasil. Mas, devemos mudar. Isto que nós fazíamos era coisa do manezinho, do nativo ilhéu, de receber bem as pessoas e não possuir malícia. Porém, este não é mais o jogo que eles querem.
Não obstante a nossa relutância em jogar o jogo deles, temos que ter serenidade para aceitar o que não pode ser mudado, que é a postura arrivista, e coragem para mudar o que precisa mudar, que é a ingenuidade.
Nos últimos três anos fomos um grupo vencedor e determinado, ainda que inocentes. Juntos, diretoria, comissão técnica, jogadores e torcedores nos exultamos em conjunto. Ficamos sabendo que o que determina o sucesso não é a capacidade de escolher os vencedores, mas a necessidade de deixar os perdedores caírem fora.
Os perdedores foram aqueles que conquistaram as batalhas pela porta dos fundos, mesmo que tenham colecionado títulos. Podemos conquistar as nossas batalhas com a explosão da ética e usando o veneno dos impuros, na medida certa e no momento adequado, deixando de ser trouxas, sem ingenuidades, mas entrando pela porta da frente com a cara e com a coragem.
A partir de agora vamos mostrar a muita gente que dá para ganhar jogando no campo, na bola, sem conchavos, sem arranjos, sem desvios de conduta, sem mistérios e coisas nebulosas. Deixem o Avaí ganhar no campo e seremos os campeões mais limpos que se pode ter no futebol. Mas estamos abandonando a inocência, eu aviso!
A nossa hora, de verdadeiros e felizes campeões, está chegando. E como é bom ser campeão e honesto.

A Ética é dos Campeões
Postado por
Alexandre Carlos Aguiar
às
19:57
domingo, 18 de abril de 2010
2 comentários:
-
Pois é, é exatamente o que queria dizer no texto. Todos sabem que no mundo do futebol, o otário leva pau. Isso não significa dizer que devemos ser "espertinhos", no mal sentido, mas devemos mudar de atitude, viver mais de olhos bem abertos.
Já o discursinho do pessoal de Joinville é o mesmo do Tombense: no meu arde, no dos outros é refresco.
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Interessante esse texto sobre ética. Dá uma lida no texto: A minha ética e a tua ética no blog www.fabioluizmachado.blogspot.com