Os ingressos e o debate

O causo da (des) cobrança de ingressos para os sócios que fossem assistir ao jogo do Avaí no simpático estádio do Guarani, pela Copa sub-zero contra o Criciuma, revela muitas coisas.

A primeira, e mais importante delas: está havendo uma falta de sintonia declarada nas comunicações internas do clube. E esta falta de sintonia vai desde o planejamento das ações, a elaboração do projeto, a execução e a avaliação do que foi executado. No meio desse caminho há uma pedra, que se chama percepção de cenários. Os teóricos da Administração babam isso nas faculdades de MBA para seus alunos, portanto, não é matéria nova.

O segundo ponto a ser analisado é a participação, a existência ativa do presidente do Avaí em todas as instâncias deliberativas e funcionais do clube. Alguém poderia dizer: "meu pombo, ele é o presidente, ele é quem tem que tomar as decisões". Não. Mil vezes não. Quando isso acontece é por que o primeiro ponto aí acima está deficitário à milésima potência. Pelo menos, não num clube que almeja vôos mais altos. O CEO, o presidente, o sujeito que assina os papéis finais, que sanciona os projetos e propostas tem que fazer política. Tem que estar discutindo o planejamento. Tem que definir diretrizes. Fazer papel do peão não é tarefa do presidente.

Querem um exemplo? Na enchente de 2008, das muitas que houve em SC, a pior das piores, quando até morros milenares ruiram, o presidente da República Federativa do Brasil, o sr. Lula, esteve ali no Vale do Itajaí visitando os palcos dos desastres. Definiu estratégias, assinou contratos e foi embora. Imaginem se ele tivesse que voltar, tomar um pá e saisse cavoucando as barreiras e entulhos.

A terceira situação a ser esmiuçada é o comportamento de nossos blogueiros. Há uma atenção redobrada ao cenário que circunvizinha a Ressacada. Acompanha-se a trajetória do Avaí, de braços dados, para cada detalhe que é apresentado. Nada escapa aos filósofos avaianos. Pode-se, então, em vista disso, avançar nas discussões e debater idéias. Os fatos servem para ser divulgados, apenas e tão-somente. E as coisas de ordem pessoal são só isso, pessoal.

A blogosfera avaiana pode dar uma arrancada de inteligência se perceber estes detalhes. Chamem para o debate. Provoquem, instiguem, dêem pitacos nas idéias. Só nas idéias. Chamar essa ou aquela pessoa de mercenária não acrescenta nada e depõe contra o muito que já se conquistou neste espaço.