Os bichos-cricri da famosa Granja Comigo Boi Não Dança, ou mais conhecida pelas iniciais CBN-D, a Raposa Felpuda, maledicente e ardilosa, o Sapo Duende, encrenqueiro e eterno inconformado, o Bode Espanhol, velho, muito velho e carcomido, o Ratão do Banhado, que não deu certo em lugar algum e acabou dando na Granja e o Morcego Moicano, que posa de intelectual para fazer gênero, estavam eufóricos, pois os seus amigos da Granja do Vizinho tiveram uma multa de trânsito abonada.
É que o caminhão deles, que transportava uma carga de brócolis estragado, desgovernado como sempre e atrasado como de costume, passou no pedágio sem pagar. Mas, como tinham amigos importantes no departamento de trânsito, o juiz abonou a multa.
- A informação que acaba de chegar agora, - começou o Ratão do Banhado – é que o caminhão deles há muito tempo já está com a máquina detonada. Mais uma tranqueira na vida deles. E essa multa ia acabar com o transporte do que resta de verdinhas por lá.
- Eles já estão sem verdinhas, é? – Quis saber o Sapo Duende. – Eles já estavam sem pai, sem mãe, sem freqüência modulada. Agora só faltam ficar sem vergonha.
- Isso não é muito difícil, não. - Argumentou o Bode Espanhol.
Nisso, o macaco Flor de Lis, serelepe e arteiro, surgiu do nada, com uma informação novíssima do circo do Deba. Ele dizia:
- Rapazi, recebi uma informação do papagaio do Circo do Deba, de que o Leão vai fazer umas aulas com alguns artistas de outros circos. Virá o Palhaço Imortal Argentino, aquele que levou o antigo domador do Leão, um Bacalhau Português, que usa cinto de segurança como ninguém dentro do aquário e um representante de um circo da cidade de Tombos, lá das Minas. Dizem que este tem amigos muito próximos aqui na Granja do Vizinho.
-E como é que tu sabes de tudo isso, o, Flor de Lis? – Perguntou o Bode Espanhol. – Lá na Espanha a gente custa a receber informações assim.
- É que um fiel amigo meu, o papagaio que trabalha no Circo do Deba, me dá tudo quentinho.
- E quem é esse? – Perguntou o Sapo.
- Ah, rapazi, é um papagaio holandês, o nome dele é Van...
- Ué, van não é aquele carro que faz lotação? – Interpelou o Sapo.
- Não, é Van...
- Já sei, Vampeta. – Interrompeu o Morcego Moicano.
- Não! É Van...
- Van Basten? – Agora era o Bode.
- Não, é Van...
- Já sei, é Van Gogh? – Foi a vez da Raposa Felpuda.
- Para, pô, deixa eu me concentrar. É Van Twitter.
- Pô, que nome mais destroncado. – Comentou o Sapo Duende, cuspindo-se e perdendo mais uma vez a dentadura.
- É, mas é holandês, né. E papagaio. Todo papagaio, holandês, além de fofoqueiro e falador, tem um nome diferente.
- Pô, - continuou o Ratão do Banhado - mas eu tenho recebido umas informações dele também. Pensei que eu era exclusivo.
- Ah, eu tô lembrado dele. - Assanhou-se a Raposa. - Não é aquele com penas vermelhas, que gostava de aparecer? Uma vez o trouxeram pra cá, pra fazer umas apresentações aqui na Granja. Mas ele queria falar em nome do dono da Granja e aí a coisa ficou chata. É muito bonzinho, mas fala muito. – Finalizou.
- Pois é, - continuou o Macaco Flor de Lis. – agora anda por lá. Mas ouvi dizer que o negócio não tá bom pro lado dele, não.
- Ué, mas por quê? – Perguntou o Ratão. – Eles gostam desse pessoal falador, que conta tudo, que revela todos os segredos do Circo. Lá ninguém guarda segredos. Não entendi.
- É que ele anda querendo assumir o lugar dos quero-queros.
- Ah, então tá explicado – Comentou a Raposa Felpuda. – Afinal, a única coisa intocável por aí são os quero-queros do Circo do Deba.
- Sim, mas tem algum motivo aparente? - Perguntou o Sapo Duende.
- É que são os quero-queros quem decidem os preços a ser cobrados na entrada do Circo. São os únicos responsáveis.
Sensacional!
Estou rindo até agora...
kkkkkkkkkkkkkkkk
Será que conheço esse papagaio?
Papagaio holandês?
Andas te superando...
Parabéns!
Abraços!
André Tarnowsky Filho