É um desafio para especialistas tentar entender o mar quetingui* avaiano, que dirá um leigo ou um iniciante.
Vou me valer dessa análise, instigado pelo ótimo texto do meu amigo André Tarnowsky, em Entre o marketing e a bola, cuja síntese está esplendidamente colocada.
Quando eu parto da percepção de que time de futebol junta torcida, empolga os viventes e lota arquibancadas graças a um bom desempenho, é porque o mundo do entretenimento se vale disso, da empolgação, da motivação, do visual, do lúdico, do espetáculo como um todo.
Embora eu seja um biólogo, não me apraz assistir a uma corrida de sapos, mesmo que isso valha um prêmio. Prêmio para a assistência, é óbvio. Campeonato mundial do vôos de morcegos? Alguém iria lotar uma van e levar a família para ver? Prova final do campeonato mundial de tiro às moscas azuis virgens da Ilhas Fidji? Tá saindo um ônibus agora, quem vai?
Ocorre que estes “espetáculos”, mesmo com toda a motivação que os supostos abnegados venham a ter (eu conheço vários, na minha área, hehe), nunca terão, por exemplo, a audiência de um final de Copa do Mundo. Fui longe, é claro! Final do Brasileirão? Também está muito desproporcional. Catarinense, vale?
Pois é, mas para um marketing razoável, qualquer jogo de petecas é um acontecimento.
O que estou querendo dizer nessa lenga-lenga toda é que se o ano para o avaiano ainda está em 1ª. marcha, se as coisas estão ali prontas para serem empurradas, se está todo mundo dizendo que faltam ajustar os detalhes e, ainda assim, tivemos resultados, cadê esse pessoal que não dá uma motivação pra galera avaiana?
Estão todos, os avaianos, conforme descrevem os blogueiros, com cara de paisagem, aguardando os joguinhos da Copa, aqueles, não tem?, para poder ver uma redondinha rolar em algum gramado. E enquanto isso, o torcedor do time das listras azuis e brancas fica aqui, como um dique represado, esperando alguma coisa, algum esclarecimento, alguma novidade, um acenosinho de mão. Que nada!
Bem que alguém podia contratar o palhaço Carequinha, se estiver vivo, pra dar uma animada na turma.
O mar quetingui do Avaí peca nesses troços, o de não ocupar um espaço que é só para ele, o de se fazer presente, o de demonstrar que o Avaí existe e faz parte do mundo do futebol, também, e não apenas para se incentivar torcedor a comprar seus produtos. Teremos quarenta dias parados, com direito a uns jogos amistosos, e um ou outro pela falida Copa SC. É pouco!
Então qual é a dica? Bom, se há algo que, imagino, os caras da publicidade e do marketing se esmeram é na criatividade. Se está faltando isso, que se abra concurso público, quem sabe.
*nota: só vou escrever o termo na forma correta, de conhecimento comum, quando me satisfizerem algumas condições básicas.
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