Existe uma palavrinha muito famosa na língua portuguesa chamada coerência. Será pensada, muito, daqui para frente neste ano, durante a campanha política. Para mais ou para menos, como diriam os estatísticos.
A coerência é diretamente proporcional à nossa capacidade de sermos mentirosos. Ou, de não dizermos a verdade.
Ela liga e harmoniza as situações. É um apanágio, uma característica, entre as idéias e as práticas, entre o discurso e o seu exercício. Quem tem coerência faz tal como diz, como prega. Não há contradições. Os pensamentos são de acordo com os princípios e regras estabelecidos pelo próprio autor. Dessa forma, é um atributo de caráter estritamente pessoal, demonstrando compatibilidade e consistência.
Digo tudo isso porque sei o quanto é difícil para homens públicos manterem coerência. Envolvem-se aqui e acolá com as mais diversas situações e formas, com os mais variados tons e cores, com as nuanças da vida. O coerente, sendo figura pública, jamais, em momento algum, pode empenhar palavra. Passará por mentiroso se fizer o contrário do que prega. E sua reputação irá à deriva tanto quanto a sua coerência se desfaz em tal postura.
Portanto, a presença do parceiro do Avaí num programa de determinada rádio que trocas as notícias, lugar este que pôs em dúvida e exigiu provas de sua idoneidade, que decretou por diversas vezes o seu afastamento da diretoria, que negou peremptoriamente ser a sua ação na Ressacada em prol do Avaí, reflete a sua postura de homem público que precisa se relacionar com todos, mas atesta, fielmente, o quanto o sabão desliza.
Seria aquele parceiro que estava a ponto de processar o Sapo Duende?
Seria aquele parceiro que se disse desrespeitado num programa da TV fechada?
O mundo da voltas...
Parabéns pelo texto, que também serve para um vaidoso presidente...
Saudações AvAiAnAs!
André Tarnowsky Filho