Não se pode parar no tempo

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A cada minuto que passa, a cada hora, vamos nos dando conta do que já conquistamos. E o balanço é profundamente agradável. Somos um time disputando uma série A e não meros coadjuvantes.

Mas, é inevitável constatar, se a gente conquistou coisas, é preciso partir destas conquistas para coisas maiores e não parar no lugar e apenas apreciar a paisagem. É necessário um processo transformador, revolucionário, o de ir mais além e trespassar fronteiras.

Quando a torcida e a blogosfera avaianas, essa massa crítica que opina, diverge e aplaude, clamam para que o processo avassalador e irreversível de mudanças, que começou lá em 2007, continue e avance, essa gente não está corneteando. Aliás, já se percebe um não-sei-o-quê, um dissabor, uma intimidação tácita por se estar apontando falhas estruturais justamente num dos momentos mais sublimes de nosso time numa competição nacional. Porém, essa parte da torcida e a blogosfera avaiana não são hostis, apenas vêem que os galhos estão encalhando no turbilhão dessa enchente.

Se conquistamos coisas que nenhum clube de futebol em SC obteve até hoje, isso não pode ser uma andorinha de verão, ou desfile de provincianismos. E não se está falando de posição na tabela, que é algo efêmero, temporário e sujeito aos resultados de ocasião. Está-se falando de respeito, de valorização. De sedimentação de nosso nome no cenário nacional de futebol. Coisas apenas possíveis com outro bom time, só que nos bastidores.

Até então os outros clubes de SC, quando de seus bons desempenhos, eram tratados como “boas” surpresas, gratas revelações. Nós, não, nós somos realidade. E graças, repito sempre, a um trabalho começado lá em 2002 e consolidado em 2007.

Porém, essa locomotiva com força e energia não pode ficar parada na estação, num auto enaltecimento por haver chegado ali. Ela precisa avançar, ir a lugares mais distantes, ver novas paisagens, construir mais, conquistar melhores posições. E, para isso, é preciso inovar, pensar em fazer diferente.

Esse processo que se propõe de avanço é, exatamente, sair do lugar-comum que é o futebol brasileiro: estadiozinhos arrumadinhos, diretores abnegados, times motivados e torcedores fiéis é o que mais se vê por aí. Não pense o tanso que somos de algum outro tipo. Até o Grêmio Prudente, que não tem torcida, é assim.

Basta, então, apenas e simplesmente, um cofrezinho recheado de verdinhas, uma boa vontade aqui, outra ali e, presto, temos a mágica de fazer bons times de futebol. Nada como a carteira cheia e alguns centímetros de ego para se arrotar que se tem planejamento. Qual é o resultado, quando isso acaba? Os mares das intranqüilidades, os vendavais, as chuvas de granizo na nossa horta. Ou seja, fazer time até que não é difícil, o complicado é construir um clube de futebol. E para isso é preciso o quê? Boas idéias e gente que quer trabalhar. Nunca, jamais, ônibus lotados de vaidades.

Por isso é que neste momento fantástico e sublime, cujo time em campo está quebrando paradigmas – o mais famoso é “time pequeno apanha dos grandes” – que se fazem necessárias as arrumações na diretoria, repaginar alguns cargos, investir em idéias de captação de investidores e, principalmente, não permitir, de modo algum, que torcedores fiquem bicudos com o atendimento a ele não cumprido.

A pior coisa para um time de futebol, que quer alçar vôos longos e duradouros, é ter seu estádio vazio. E, enquanto alguém, algum iluminado achar que esse palhaço que está ali nas arquibancadas tomando chuva, vento e frio, que chora e ri, que vaia e aplaude é trivial, descartável e obsoleto, e sua principal e única obrigação é depositar algumas “garoupinhas” nas bilheterias, sua estadia numa elite de futebol é tão longa quanto a cauda de uma mosca.

Queres um exemplo? Olha para o outro lado da ponte.

1 comentários:

  1. Show de bola!
    Seria interessante que algumas mentes iluminadas da Ressacada lessem esse texto.
    Tenho a leve impressão que, com os resultados, está surgindo uma espécie de "cala boca" velado...
    Curioso é que são sempre aqueles que se omitem nos momentos mais espinhosos...
    Em tempo: está circulando o "monstro", com pouquíssimas alterações.
    Ficou um monstro mesmo... De fraco!
    Saudações AvAiAnAs!
    André Tarnowsky Filho

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