Santa Catarina possui um histórico de pouca tradição no cenário do futebol brasileiro. E os resultados são de sofríveis a desesperadores, de campeonato a campeonato, entra ano, sai ano. No último fim de semana, por exemplo, os representantes catarinenses, nas diversas séries promovidas pela CBF, deram o seu tradicional vexame. Salvo o time das Letras na série abaixo do Avaí, mas que ainda assim depende de várias rodadas para se consolidar na competição. E a situação do Avaí é apenas mais um ingrediente nesta sopa amarga e intragável: a falta de bom futebol por aqui.
Desde que o futebol foi trazido para o Brasil, há mais de cem anos, o nosso Estado pouco (ou quase nulo) destaque teve neste esporte em nível nacional. Podemos apontar casos isolados, acontecimentos históricos, verdadeiras epopéias pontuais, mas nunca uma continuidade de eventos. Lembramos mais das exceções do que das rotinas. E, a propósito, a rotina do futebol em SC é de fracasso. Pleno e absoluto.
Claro que todos lembram de um Metropol, disputando com primor antigos torneios de caráter nacional, do Criciúma pela Copa do Brasil, do time das Letras que foi vice neste mesmo torneio, do nosso Avaí em 2008 e 2009.
Contudo, ainda assim, são destaques ocasionais, pretensos heróis esforçados, efêmeros vitoriosos, que sequer geraram desconforto ou preocupação nos chamados clubes tradicionais, ou que tenha mudado algum paradigma no comportamento do futebol brasileiro.
E qual a razão disso?
É financeiro? Bom, o nosso Estado é o quinto em arrecadação na economia do país. Ou seja, há dinheiro, há potencial de investimentos.
Falta torcedor? Sabe-se que o nosso povo é pacífico, conservador e ordeiro, salvo algumas exceções ocasionais, além de ter uma escolaridade razoável. Dessa forma, tem consciência crítica para entender de futebol.
Estrutura e Logística? Temos rodovias e acessos satisfatórios, rede de telefonia e mídia de ponta, equipamentos que contribuem para agregar valores e profissionalizar comunicações e transportes.
Por outro lado, as maiores cidades do Estado não possuem 500 mil habitantes e a população flutuante nas diversas temporadas turísticas aumenta numa razão de trinta a cinqüenta por cento. Isso não forma a tão propalada fidelidade futebolística e rivalidades locais, coisa que se percebe nos quintais menores. O retorno para os clubes, então, é irrisório. Tanto na paixão ao clube, quanto no aspecto financeiro.
Então, onde estão problema?
Claro que identificar a razão de nosso fracasso neste esporte demandaria um estudo mais bem aprofundado, mas eu imputo uma responsabilidade principal à Federação Catarinense de Futebol. Há muito que aquela entidade precisa de uma oxigenada fundamental e decisiva. É dali que deveriam partir as principais necessidades no intuito de alavancar o futebol em nosso Estado.
Mas, enquanto o oxigênio não vem, parece que vamos continuar torcendo para times de outros Estados. Ou viver rezando para que os nossos times e clubes interrompam as campanhas pífias nos campeonatos promovidos pela CBF. E que não dependam mais de mecenas ocasionais para anabolizar um ou outro clube em temporadas diversas.
A fase do Avaí, que repete a de todos os outros clubes catarinenses, é apenas a mesma história contada com novos personagens. Reflete amadorismo, incompetência, arrogância, soberba, vaidades e falta de planejamento. Tudo junto e misturado.
Ou se muda o comando do futebol no Estado, dessas figurinhas manjadas, ou por aqui continuaremos a ser bons de volei, futsal, basquete e ciclismo. Regados a muito chope, pinhão e praias. Nada contra, isso é muito bom. Mas de futebol, necas!
Pensei que a culpa fosse da RBS.
Nosso futebol só está assim por culpa de dirigentes tipo Zunino e Prisco.
De todas as desculpas essa foi a pior, colocar a culpa na Federação, e olha que eu não morro de amores por essa porcaria de Federeca.