Arrogância com dias contados

sábado, 22 de janeiro de 2011

Sempre pautei minhas opiniões pela valorização das coisas, ou do valor que as coisas têm. Sou, por isso, refratário ao comportamento pedante, à imposição de princípios e valores futeis. Me afasto do famoso "comer manjuba e arrotar salmão". Ao parecer antes de ser.

Nomes de família, cargos e profissões, contas bancárias, carros e casarões, nada disso me comove ou me encanta, desde que seja sincero e que venha com traços de gente sangue bom. Sempre me lembro, como biólogo, que todos os humanos são seres vivos, mas nem todos os seres vivos são humanos. Ou seja, cada qual no seu lugar e de acordo com seus merecimentos. A palavra, portanto, é respeito.

Faço essa arenga para lembrar dessa "arrancada" infame da instituição Avaí Futebol Clube neste Catarinão-2011. E quando chamo a INSTITUIÇÃO ponho todos no mesmo balaio: torcida, diretoria, jogadores, imprensa. Fazemos parte de um mesmo conjunto. Somos todos culpados.

Pois a participação ridícula e "abestada" do Avaí neste início reflete um arrotamento de salmão manjubento inegável. A arrogância plena e completa ronda as imediações da Ressacada. A frase do técnico da Chapecoense, logo na primeira rodada, demonstra essa síndrome de Barcelona pelos nossos lados. Dizia ele, ao ser perguntado como jogaria contra um sub-23 do Avaí, que ali estava o Avaí Futebol Clube. Ou seja, é preciso um técnico de fora a nos respeitar, pois por aqui esse troço parece estar sendo esquecido.

Torcedores mais entusiasmados dizem, aos berros, que "agora é que o campeonato vai começar. Nós somos os caras". Não, já começou, cara-pálida. E não somos "os caras" coisa nenhuma. Estamos com a lanterna após dois jogos e com zero por cento de aproveitamento. Não ganhamos nada e nem marcamos gols. E ainda há quem afirme que a culpa é dos que jogaram.

E técnicos chinfrins, que tomaram o lugar sagrado no banco de reservas do Avaí, estão a desmerecer adversários. Arre, quanta arrogância!

Sempre é bom nos lembrarmos de quem somos, porque, é certo, o mundo não se lembrará disso. Que façamos jus às nossas virtudes, reconhecendo nossas fraquezas. Fazer disso a nossa força. No dia em que nos armarmos com este pensamento, jamais seremos magoados ou humilhados. Todos nós, torcedores, jogadores, diretores e até a mídia que nos acompanha.

Camisas de grife, jogadores badalados, campanhas midiáticas, elitizações em estádios, pensamentos arrogantes, nada disso forja um campeão. Em alguns poucos e raros momentos ajuda, mas não é o essencial. O principal é a valorização do que somos e onde podemos ir. É essa a virtude de um vencedor.

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