Provavelmente, depois de toda a euforia cristã do perdão que se abateu na Ressacada durante o longo dia de ontem, com torcedores fazendo juras de amor eterno ao novo-vellho técnico do Avaí, com gente pedindo para esquecer o passado, com pedidos ao esforço coletivo e todas aquelas coisas bobas que fazem do futebol essa coisa maravilhosa que adoramos, a manchete acima deve assustar.
Mas, não se assuste, leitor. Silas não vai embora. Claro, não agora. Acabou de assinar o contrato e, pelo visto, será longa a sua permanência no estádio vizinho ao aeroporto.
A manchete acima, todavia, será a preferida de onze entre dez jornalistas que não suportam, não topam, não aceitam gente como o Sr. Paulo Silas. Haverá outra, também, de que o time fulano de tal está interessado na contratação de Silas.
Silas, então, é um mega-star, um supra-sumo, o bam-bam-bam da treinarada que vive a comandar times de futebol por aí e, por isso, atrai estas manifestações de “carinho”? Não, bem sabemos que não. Ele é um mortal comum, com desejos e anseios, vícios e virtudes, como qualquer um de nós. Bom, quase todos, pois também entende, bastante, desse troço jogado dentro de quatro linhas num campo gramado. Mas, é um sujeito comum, no mais das vezes.
Porém, Silas tem uma peculiaridade, que faz com que a manchete acima já esteja na pauta, esperando a sua hora de (re) estrear: ele fala. Tem palavra. Tem opinião. E isso, meu caro leitor, é a coisa que mais incomoda a classe dos senhores e senhoras que se dedicam à informação cotidiana. Jornalista não gosta de quem tem palavra e opinião. Não gosta de direito de resposta. Não gosta que alguém os contrarie. Alguns até nos chamam de burros quando emitimos um conceito, um dístico, um epíteto.
Portanto, com o andar da carruagem azurra, com os resultados aparecendo, com a possibilidade de nos “darmos bem” com o Silas no comando e com tudo aquilo que já conhecemos, podem ter certeza, a frase acima será anunciada tão logo haja uma brecha. É só esperar pra ver.
Caro Alexandre, o Pitaco Azul em breve lançará uma campanha de denúncias contra maus jornalistas. Contra esse bando de secador com microfone ou caneta na mão. é esperar. abs, Marcelo