Com muito, mas muito medo de ser feliz

quinta-feira, 24 de março de 2011

É na infância que sentimos medo. O mundo vai se tornando diferente, as pessoas vão mudando, tudo assusta, um simples grito, a professora que nos dá bronca, a mãe que nos põe de castigo, o pai exigindo. Qualquer coisinha é motivo de choro, os intestinos se soltam, a bexiga deságua. Todos nós passamos por esta fase e só nos deparamos com a idade adulta quando o assombro do mundo que nos rodeia não nos causa mais medos. É quando amadurecemos.

Todavia, há algumas pessoas por aí que, embora barbadas e de cabelos brancos, vivem a sua infância diuturnamente. São aquelas que não têm coragem de enfrentar desafios de cara aberta e peito estufado. Vivem se protegendo, dissimulam erros, escondem deficiências, afastam críticas e protegem-se em livros baratos ou ao sabor de rezas, mandingas e superstições. Isso quando, como crianças mimadas, manhosas e tendo seus brinquedinhos tirados, não agem por birra e esperneio. Vivem se lamentando da sorte e aproveitam-se da comoção humana do perdão e da falta de memória para ter um lugar ao sol. A estas crianças adultas damos um nome: cagões.

O termo é chulo, mal-educado reconheço. É baixo. Porém, revela estado emocional e fisiológico. É o sintoma de quem tem medo de enfrentar desafios maiores e de ser feliz. É um coitadinho.

Na vida só há duas situações com as quais não conseguimos nos relacionar muito bem. O passado, porque já passou (dããã) e não há mais o que fazer e o futuro, por não haver controle, muito menos previsões. Mas o presente é o tempo da ação, o tempo real, do momento, da “pegada mais forte”. É o instante da decisão. Que pode recuperar erros do passado através da revisão de idéias, e resolver dificuldades para o futuro, graças ao planejamento feito no “agora”. Até porque, o mundo não é alto e baixo, dentro e fora, feio e bonito, gordo e magro, ou preto e branco (ainda bem!). Não é tão simples, há nuanças, que devem ser entendidas e resolvidas por quem tem coragem. Para estes, a vitória. Para os manhosos, uma boa palmada na bunda.

O adulto, o que não é birrento, o que não esperneia a qualquer contrariedade, consegue resolver as dificuldades e “ser alguém na vida”, tomando decisões firmes e corajosas. A criança mimada e carente, chorona e de intestinos frouxos, conseguirá, apenas e tão-somente, que alguém lhe tenha pena. Mas quando a criança já tem barba na cara e alguns cabelos brancos, a pena se transforma em indignação. Afinal, o lugar de cagões não é à frente de instituições tomando decisões falsas e tansas .

Qualquer semelhança com algum treinador de futebol de um time ao Sul do Brasil não é mera coincidência.

2 comentários:

  1. Alcides disse...:

    Cagão é vc que só se manisfesta atras de um computador....

    Tem é que ser MUITO, MAS MUITO corajoso para ser treinador de futebol em um país que respira esse esporte em que todos, em qualquer esquina desse país acham que sabem pelo menos alguma coisa de estratégias para se vencer uma partida, um campeonato, escalar um time.

    Não ouse tecer qualquer comentário para uma pessoa tão afável e carismática, que nem ao menos tem o direito de poder saber o que vc faz profissionalmente no seu dia a dia para poder lhe criticar.

    Liberdade de expressão sim, ofensas, nunca!

  1. Olha, rapaz, eu não me manifesto apenas atrás de computador, não. Eu tenho coragem de dizer o que eu penso e do que gosto em qualquer lugar. Computador é só uma ferramenta. Eu tenho coragem de dizer, sim, quem eu sou. Trabalho no Santa Luzia, a empresa do presidente Zunino. O presidente Zunino é uma pessoa fantástica, torcedor apaixonado, um cidadão de índole intocável. Porém, algumas pessoas se aproveitam disso e tripudiam em cima dele e do Avaí, e um belo dia querem voltar para conseguir um lugar ao sol, pois lá fora, no reino da bandidagem do futebol brasileiro, ninguém tolera treinador e jogador metido. Mas o nosso presidente, como é boa praça, como tem personalidade e caráter indiscutíveis, aceita. E é uma pessoa admirável em razão disso.

    Quero te dizer, o rapaz, que estás falando com um sujeito que lutou conta a ditadura militar, que enfrentou uma corja de milicos, exatamente para podermos, hoje, dizermos o que pensamos e o que queremos. Entendeu? E não vai ser você e nem ninguém, que irá direcionar a minha palavra, impor o que devo ou o que não devo dizer. O treinador do Avaí pode ser afável e carismático pra quem ele quiser. Não está em jogo a sua condição pessoal, está a sua competência de treinador do Avaí, do meu Avaí.

    Já fui chamado de chapa branca, de puxa-sacos, de estar sendo pago para ter um blog avaiano, de fazer o joguinho da diretoria, por meia dúzia de Zé Ruelas, exatamente por defender o Avaí. Por ter essa paixão pelo Avaí. E se me indigno dessa forma é porque algumas pessoas não estão levando o Avaí pelo caminho que deveria. Não estão levando a sério. Eu acompanhei, de perto, passo a passo, como foram as dificuldades iniciais. E como chegamos até o que temos hoje. Por isso, não dá pra cochilar e deixar tudo isso se perder. Se você não for um analfabeto funcional, leia o meu texto outra vez, sem preconceitos, palavra por palavra e entenda a razão da minha bronca. Também se não quiser ler, fique à vontade. Mas não digo aquilo que não sabe.

    O que não admito é alguém querer conduzir a minha palavra. Era só o que me faltava.

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