Foi a partir de sua participação no Estadual de 2008 que começamos a conhecer a figura de Paulo Silas Pereira. Da sua fala mansa de irmão mais velho a tiradas cínicas de vizinho mal humorado, aliado a um discurso de profundo conhecedor de futebol, Silas começou a incorporar seu nome à marca Avaí.
Sua obstinada e persistente declaração de que estava no Avaí para sacramentar um projeto o transformava em uma personalidade diferenciada no futebol, de uma maneira geral, tido como um jogo onde os resultados definem carreiras, e não a honestidade ou o bom caráter de ninguém.
Com isso, ainda que a caminhada na série A em 2009 precisasse solidificar de vez a sua capacidade como técnico, Silas fez história no Avaí como homem, pelos discursos emocionais, pela forma como lidava com as coisas do futebol e, nos cantos do Brasil, já se sabia que o Avaí Futebol Clube era também o Avaí do Silas.
Em nosso quintal, éramos bombardeados por uma mídia que nunca nos respeitou, haja vista a forma como sempre nos trataram. O time fazia uma boa campanha no Brasileirão e, constantemente, classificavam Silas como teimoso (“não muda o esquema”), desequilibrado (“homem das emoções fortes”), aprendiz (“ele também erra e erra feio”) e interesseiro (“...até que venha uma proposta melhor...”). Enquanto isso, na grande mídia, já era visto como a melhor revelação do futebol brasileiro nos últimos anos.
O avaiano daqueles tempos foi forjado em aço, cujo principal ferreiro era o Sr. Silas. Um orgulho entusiasmado nos assolava.
O tempo passou, as coisas mudaram, comportamentos foram revistos, índoles postas a prova, perdemos a nossa virgindade como torcedores e soubemos que o mundo não era tão belo quanto uma legião de apaixonados torcedores declarando seu amor pelo seu time. A inocência se foi.
Talvez o nosso principal desgosto tenha sido ter visto a nossa diretoria ter-nos virado as costas. Investido em remuneração ao invés de paixão. Mas, quem sabe, as coisas sejam assim mesmo e nós, tansos, é que não sabíamos.
Sabemos, contudo, que o time que entra em campo amanhã decidindo a sua vida no Catarinense 2011 será comandado por Silas. Evidentemente que é o time disposto pelo Benazzi. Supunha-se até ser este falastrão o motivo de não termos tido um time de fato ainda. A realidade nos mostrou, contudo, que o tamanho do salto de alguns jogadores é que está nos atrapalhando.
Todavia, ao invés de lamentar orgasmogramas, camisas feias, disposição tática, jogador mascarado ou inepto, vou aplaudir o Avaí que entrar em campo amanhã. Amanhã é o Avaí do Silas. Vou incentivar e torcer. Vou vibrar com as jogadas e ter paciência com as tolices. Afinal de contas, é meu Avaí que estará em campo e, durante 90 minutos, será a coisa mais importante da minha vida naqueles momentos.
Eu vou torcer para o Avaí. E tu?
Quando se chega num ponto e diz que vai torcer porque é seu time que esta jogando, isso é sinal que o time nao esta agradando. Se Silas vai insistir com Cristian, é hora de Evando pegar o bone e ir embora. Vou porque ainda espero que ate o final do ano esse time faça uma apresentaçao convincente. Chegou a hora. Sera contra o Criciuma?