Deste blogueiro ninguém vai ouvir ou ler a afirmação de que: “vamos esquecer um pouco os incômodos e centrar as forças no clássico.”
Esta introdução se faz necessária para afirmar que não vou cair na esparrela comum da torcida sem voz e sem razão, só porque teremos um clássico domingo. Evidentemente que não vou vaiar, esbravejar por esse ou aquele jogador, faltar com respeito a um ou outro durante o jogo. Nunca faço isso. De cabeça quente jamais sai coisa boa. Mas eu não vou pro estádio conformadinho, "todos juntos vamos pra frente Avaí." Necas! Vou para torcer, apoiar, mas sem essa de tá tudo muito bom, tá tudo muito bem.
Desde o começo deste ano o Avaí tem-nos dado vergonha. De dois técnicos falastrões a um treineiro cagão, foi um vexame atrás do outro. Eu ando desanimado, irritado, tentando entender o que houve. O que há com esse Avaí?
Será possível que a eterna vida de sofrimento é a nossa sina e o que aconteceu naqueles dois anos, 2008 e 2009, foi um lapso, um descuido, um fato incomum? Será que ser avaiano é assim mesmo, sofrer e amargurar derrotas, estragos, vexames e desgraças? Somos torcedores forjados na porrada para ser gente?
Por isso ando acabrunhado, cabeça baixa, a auto-estima no pé. E por isso não vou à Resscada feliz. Não espero um bom jogo, estou preocupado e me preparando para o pior.
Clássico é um evento diferenciado. Algo inusitado, fora do padrão normal no futebol e nas peladas. Clássico é algo a ser jogado com classe, jogadas bonitas, passes bem colocados, arremates certeiros. Clássico é para a raça, para impor respeito, para dizer quem manda aqui sou eu. Clássico é para consolidar conquistas e fazer história. Um jogador num clássico pode se consagrar, ou ser um zé ruela pra toda a vida. Lembram do Iohan?
Todavia, do jeito que o treineiro do Avaí está dispondo o time, da maneira teimosa e pedante que expõe nossa defesa, do tipo de respeito que tem demonstrado para com a torcida azul e branca, não tenho boas esperanças para este domingo. Vou ser uma voz distoante? Bom, não sei, mas ao menos não fico em cima do muro.
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