Estamos nos apequenando

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pode parecer incoerência de minha parte, em relação à postagem anterior, mas o resultado foi bom, sim. Foi bom para time pequeno, medíocre e que se contenta com pouco. Um Vilhena da vida transformaria o dia de hoje em feriado em sua cidade e os jogadores seriam recebidos em caminhão de bombeiros. O Ipatinga já se consideraria feliz da vida por haver empatado em pleno Engenhão. “ó, foi no Engenhão, gente, contra o temível Botafogo de Garrincha”.

Todos nós, moradores desta cidade, sabemos da história do Avaí no contexto do futebol brasileiro. Temos uma bela história, mas em relação a outros mega-clubes, como São Paulo, Internacional, Corinthians e Cruzeiro, por exemplo, ainda estamos longe. E por uma série de situações que não preciso levantar aqui. Já conseguimos espaço considerável no cenário nacional em razão de nossas conquistas. Temos algumas coisas que nos identifica. Já aparecemos na foto. 

Contudo, como diz aquela velha piada de o sujeito sair da favela, mas a favela não sai de dentro dele, continuamos pensando pequeno. Nos fazemos pequenos. Assumimos e nos impomos pequenos. Nossa ambição é mediana. E os resultados medíocres, dessa forma, são comemorados como finais de Copa do Mundo.

Os amigos que me acompanham sabem que sempre prezei pelo respeito entre os times de futebol. Por isso, ganhar em Vilhena, empatar no Rio ou em São Paulo, devem ser comemorados como resultados de contexto e dentro das condições do futebol. Nunca porque o outro tem mais ou menos história, seja ela longa ou curta. Não se deve, por isso, viver amedrontado, esconder-se com medo do escuro, ou fazer xixi nas calças diante de gente grande, pois parecem ser coisas pra serem resolvidas por meninos e meninas em jardim de infância. No mundo dos adultos, portemo-nos como adultos. No mundo dos grandes, sejamos também grandes.

O Avaí está sendo apequenado a cada dia que passa. Suas pretensões restringem-se a tirar gatos de chaminés, ir pescar na lagoa ou lavar meias sujas. O Avaí não se porta como um time de futebol, mas um amontoado medroso comandado por um arremedo de técnico, que tem como coordenador um jacaré grande e balofo. E o apequenamento se expande interna corporis, com a manutenção de gente que não conhece a cidade, não sabe da nossa história, sequer deve saber o que significa o hino do Avaí e vive tripudiando de nossas mazelas. E damos voz e atos a este tipo de personalidade só porque seu sotaque é diferente do nosso. "é de fora", razão pela qual se supõe que seja sumidades.

Podemos até conseguir coisas pela frente, conquistarmos espaço e resultados. Porém, muito mais pela incompetência dos outros do que pelas nossas virtudes. O time do Avaí, hoje, é um time covarde e não se impõe a mais ninguém. Aliás, como frisei acima, o clube acaba se contaminando como esse complexo de anão.

A grande lição que se tira disso tudo é que, ainda, o Avaí possui uma torcida briosa e com sangue nas veias. E é ela que vai pedir mais coragem e poder a isso. Até o dia em que ela também se cansar. Aí será tarde demais. Não serão déirreal que a seduzirá mais.

6 comentários:

  1. George disse...:

    Pelo andar da carruagem até o momento, eu diria que "estamos evoluindo". Forte abraço.

  1. Eron disse...:

    Esse empate só serviu para essa cambada continuar se equilibrando no arame, porque o que vem acontecendo desde do início do ano é um circo de horrores; graças que empatamos, mas, isso só serve para encobrir nossos defeitos, momentaneamente.
    Perfeita as suas colocações.
    Eron

  1. George, rabo de cavalo também cresce. hehe
    Abraços

  1. É, Eron, parece que não vai haver saida, vamos ter que aturar o pastor por mais um bom tempo. Até o momento que a c...gada for imensa, enorme e irremediável. Aí, vai ser tarde.

  1. Raniere disse...:

    Parabéns pelo texto. Conseguiste expressar o sentimento que tenho a muito tempo. E o meu maior medo é exatamente este, o dia em que a torcida se cansar e aceitar este complexo de inferioridade, já aceito pelos que dirigem o clube hoje em dia. Chega de barrilotes, sobrinhos de gente famosa e aproveitadores, queremos é gente ousada, dinâmica e vencedora.

  1. George disse...:

    Mas ao menos o dono do rabo anda pra frente né moquirido.
    Agora vai!

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