Valho-me de um título de uma peça de Ariano Suassuna, um mestre da literatura nacional, que une em suas obras a linguagem popular e regional com a norma culta, para chamar a atenção sobre o momento fantástico pelo qual passam o Avaí, como instituição, seus jogadores, pela possibilidade de bons contratos em clubes de maior expressão e a torcida, que tantos sonhos está vendo concretizar-se em realidade.
A famosa obra do mestre da literatura nordestina, O Castigo da Soberba, trata do comportamento humano do quanto nos descuidamos das coisas e da vida, ao acharmos que já somos bons e preparados o suficiente para enfrentarmos desafios.
Faço esta reflexão baseando-me no Bom Dia Azurras de ontem, 20 de maio, de meu amigo André Tarnowsky, chamando a atenção para os cuidados que devemos ter nesta fase aguda da Copa do Brasil. O momento é de muita concentração e precauções.
Não se trata de medo, de enfatizar sofrimentos passados quando éramos o cocô da mosca do cavalo do bandido. Pelo menos, agora, somos a mosca e já incomodamos a alguém. Então, não cabe o medo. Ninguém nos pisará, se nos precavermos.
No jogo de hoje já há quem considere favas contadas e no de quarta, um vitória esplendorosa. E se dizemos que cabe à torcida o festerê ufanístico, é dela mesmo que devem partir os cuidados. Torcida é o fiel retrato do momento de um clube e do comportamento de seu time em um campeonato. O torcedor é entusiasta quando o momento é bom e recatado, deveras crítico, quando a subida do morro é dolorida. Dessa forma, sossegar o facho da torcida é o melhor negócio nessa hora.
Evidentemente que dizer para um torcedor avaiano não rir e fazer festa neste momento é reprimir um turbilhão de uma represa prestes a se romper, ou o de tirar uma jamanta de um buraco com os dentes. Mas tem que ser assim. É necessária a calma e o esforço. O prato a ser servido é suculento, saboroso, mas devemos esperar um pouquinho só, um instantinho apenas antes de enfiar o garfo.
E, depois, quando estiver terminado, vamos nos esbaldar de felicidade. Mas, agora, contenhamos o sorriso. Só mais um pouquinho, pois vamos rir por último, eu tenho certeza.
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