Um homem velho resolveu vender seu burro na feira da cidade. Chamou seu neto para lhe fazer companhia e seguiram os dois montados no animal. Passando por uma barraca de desocupados, escutaram os primeiros comentários críticos:
- Como é que pode, duas pessoas montadas num pobre animal.
Resolveram que o menino desceria e o velho permaneceira montado. Então seguiram viagem. Lá pelas tantas, em frente a uma lagoa, um bando de velhas também desocupadas e metidas a falar da vida alheia, comentou:
- Que absurdo! Um velho explorando a pobre criança e fazendo-a andar nesta viagem cansativa.
Constrangidos, mudaram de posição, o velho desceu e fez o menino montar no burro. Tinham andado alguns metros quando alguns jovens, todos desocupados, sentados na calçada, externaram seu espanto com o que presenciaram:
- Que menino preguiçoso! Enquanto o pobre velho caminha, ele se mantém confortável em cima do burro. Que vergonha!
Após isso, o menino desceu e o velho não subiu. Resolveram caminhar puxando o animal. Já acreditavam estar fazendo da melhor maneira a viagem, quando passaram em frente a um bar, onde outro monte de desocupados começaram a dar gargalhadas, fazendo chacotas da cena:
- Que dois tansos. Um animal tão forte e jovem e eles andando nesta soleira, a pé.
O avô e o neto olharam um para o outro, como que tentando encontrar a maneira correta de agir. Então ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas.
Moral da história: quem dá bola para os críticos não segue o seu caminho. E os abobados desocupados que se danem!
De uma fábula popular, da qual não sei o autor.
Grande verdade!
(Essa fábula é creditada a Esopo (620—560 a.C.)- Escravo Grego.
Eron