Luz vermelha no fim do tunel

segunda-feira, 6 de junho de 2011

No começo do ano eu dizia para alguns amigos que estava desanimado e que previa coisas ruins para nossa temporada. Era lá por fevereiro e percebia, pelo que se demonstrava, que este ano seria terrível. Não sou Mãe Dinah e se pudesse prever o futuro já estava rico na Mega-Sena. Porém, o desenrolar daquele começo trôpego, com contratação de um treinador fraco para um time montado sem critérios já me davam condições para perceber o que ia acontecer. Aí está!


O limãozinho na chupeta que o avaiano prova hoje é pelo fato de se perceber que a canoa está afundando e não vemos nada, nenhuma opção de mudança ou alteração do quadro. Estamos indo ladeira abaixo, sendo carregados por uma pedra no pescoço, e tudo o que ouvimos são discursos frouxos, palavras ao vento, evasivas.

A coisa começou pela falta de objetivos claros. Alterações de rotas associadas a um planejamento duvidoso. Este tão propalado planejamento não mapeou, sequer, o assédio de nossos jogadores caso as competições fossem se desenrolando.

Ora, um clube como o Avaí não tem condições de segurar ninguém e qualquer Zé Ruela do mundo do futebol, se pagar as famosas multas, leva. É fato que o Avaí não tem dinheiro, por isso essas coisas acontecem. Porém, ainda insistimos em aventuras desnecessárias. As palavras do Moisés Cândido no fim do ano passado não foram ouvidas? Será que ninguém pensou nisso? Ou não sabia? Que tal começar a se pensar em fazer um time caseiro, sem muitas investidas de empresários oportunistas? Pelo menos se torna competitivo. Quem pensou nisso?

Além disso, assistimos a um time que, se já não era assim uma beleza, foi sendo desmanchado no meio da competição. Quando todos os outros times fazem ao contrário, vão se reforçando, o Avaí vai se desfazendo, vai se enfraquecendo. E não é o fato de perder um bom jogador, mas contratar apostas.

Há suspeitas de falta de pagamento de prêmios. Temos idas e vindas de empresários e treinadores. Não se consegue ter um time competitivo em campo, vivendo de esporádicos lampejos de criatividade de um ou outro. E de tudo isso as palavras mais ditas são “estamos evoluindo”. Bazófias!

Todo mundo sabe que há dificuldades. Ninguém é mais virgem vestal nesse aspecto. Não é fácil para os grandes de nosso futebol, quanto mais para um clube periférico como o nosso manter-se numa competição. Porém, com um pouco de pensamento lógico e idéias claras, ou seja, fazer o óbvio, se consegue chegar a algum lugar. Na minha casa, quando falta dinheiro, não se sai gastando para manter aparências.

O Avaí não pode fazer aventuras, isto é certo, e também não pode ser irresponsável a ponto de deixar o abismo se aprofundar. O custo lá na frente será muito maior. Alguém já parou para pensar quanto seria o prejuízo de se voltar a disputar uma série B? Porque, pelo andar do fusquinha, é um horizonte perfeitamente plausível.

A parte do treinador é risível. De dar dó. Alguns admiradores do atual treinador do Avaí o estão blindando por considerar que ele não tem culpa nesse sofrível desempenho do time desde que assumiu. Desde que assumiu, repito. A alegação é de que “não montou este time”. Concordo. Ele não montou o time. Mas um treinador é feito para fazer um time jogar e com o que tem nas mãos. E se é para jogar fácil com um time já montadinho, então chama a Gorete dos Carianos para ser treinadora do time. Não precisa fazer nada, apenas dar adeusinho pra galera e mandar beijinhos, que isso ela faz muito bem. O time “montadinho” vai jogar sem treinador.

Ora, ora, ora, está faltando é respeito às tradições do Avaí. Está faltando rever algumas posturas, pôr gente que entenda de futebol em cargos estratégicos. Um clube como a Chapecoense consegue. Um Brusque da vida idem. Até um Concórdia, com um pouquinho mais de cancha pode chegar. Como que um Avaí, com toda a sua “endeusada” estrutura não é capaz de pôr em seu Departamento de Futebol gente que conheça do negócio? Mas parece que o ranço e o ressentimento invadem a Ressacada. Está cheio de inventores da roda. As vaidades estão abarrotando salas e coberturas no estádio mais belo de nosso Estado. E ninguém faz nada.

Querer, depois, que o torcedor seja a peça de resolução de um processo arrasado é que não dá mais. Se querem que o torcedor decida, então que o ouça também. Do contrário, aos poucos, vamos percebendo que tem mais gargantas que berram do que mãos que agem pelos lados do Avaí.

Culpar a torcida e impor regras e censuras a uns e outros é prova inefável de presunção e arrogância. Não reconhecem erros e ainda imputam-se na críticas a culpa pelos problemas. Isso é falta de maturidade, comum a quem tem pouco trato com o mundo do futebol. Por isso, está na hora de se dar um basta a este excesso de incapacidade de se fazer um time decente. Ou de dotá-lo com condições de, ao menos, participar das competições como um time de futebol.

Ainda dá tempo de rever essa situação, com um pouco de mangas arregaçadas e menos discursos moles. Todavia, o Avaí como um todo merece muito mais do que isso. Isso que está aí não é o Avaí.

2 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    Um "técnico" que está no comando a mais de 20 partidas sem time definido, ainda tem coragem de dizer que estão evoluindo, depois de um desastre no catarinense, uma mentirosa Copa Do Brasil, e um péssimo início de Brasileirão, é dose! E o pior é que nossa diretoria se omite a tudo isso, se finge de cega, e nos deixa como palhaços com declarações ridículas! Jamais deixarei de torcer, ir ao estádio, jamais, mas, do jeito que está, vai ser difícil ver uma Ressacada cheia novamente... Acorda diretoria, vamos salvar o ano do Avaí!!!

  1. Carmen Fuhrmann disse...:

    Tomara que esta luz não seja um TREM!

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